1° paciente a receber rim de porco via transplante tem alta médica.

Richard Slayman deixou hospital de Massachusetts: “Um dos momentos mais felizes da minha vida”.

Paciente que recebeu rim de porco em transplante ao lado de equipe médica Foto: Divulgação / Massachusetts General Hospital

Primeiro paciente a receber um rim de porco geneticamente modificado, Richard Slayman teve alta médica e deixou o Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (3). Por meio das redes sociais, o homem de 62 anos afirmou que há muito tempo não se sentia tão saudável e que considera estar vivendo uma das fases mais felizes de sua vida.

– Este momento, sair do hospital hoje com um dos atestados de saúde mais limpos que já tive em muito tempo, é um momento que eu gostaria que chegasse por muitos anos. Agora é uma realidade e um dos momentos mais felizes da minha vida. (…) Estou entusiasmado por voltar a passar tempo com a minha família, amigos e entes queridos, livre do fardo da diálise que afetou a minha qualidade de vida durante muitos anos. Por fim, quero agradecer a todos que viram minha história e enviaram votos de boa sorte – destacou o paciente, conforme nota do hospital.

Slayman foi diagnosticado com doença renal em estágio terminal, e chegou a receber o rim de outro ser humano, em 2018. Entretanto, ele teve que voltar a passar por diálise após o órgão começar a falhar em 2023.

Richard Slayman Foto: Divulgação / Massachusetts General Hospital

Para que o xenotransplante – isso é, o transplante entre diferentes espécies – fosse possível, o rim de porco teve 69 genomas alterados. No processo, realizado em parceria com a empresa eGenesis, foram removidos os genes que ofereciam risco ao corpo humano e que poderiam ser rejeitados pelo sistema imunológico do paciente.

Além disso, os retrovírus endógenos presentes no órgão foram inativados pelos cientistas, a fim de diminuir os riscos de infecções.

Médico responsável pela cirurgia inédita, o brasileiro Leonardo Riella relata que trabalhou durante meses para que o transplante fosse bem-sucedido.

– Vê-lo [o paciente] saindo do hospital, e ele poder ir para casa com o rim funcionando, foi uma emoção muito grande – contou Riella ao jornal O Globo.

Na avaliação do profissional de saúde, o xenotransplante “representa uma solução promissora para a crise de escassez de órgãos”. No Brasil, há 30 mil pessoas aguardando por um transplante de rim, enquanto nos Estados Unidos, país onde Slayman reside, a fila de espera acumula 100 mil pacientes.

Por: Thamirys Andrade

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