Em nota, Temer diz que ‘trama soa a farsa’ e que investigação busca destruir sua reputação

Por:Letícia Fernandes

O presidente Michel Temer – Ailton de Freitas / Agência O Globo 28/3/2018

BRASÍLIA – Após reunião com ministros no Palácio da Alvorada, a assessoria de imprensa do presidente Michel Temer divulgou uma nota, nesta sexta-feira, na qual diz que autoridades “repetem o enredo de 2017”, quando Temer foi denunciado por duas vezes pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que a ofensiva agora “soa a farsa”. A prisão foi pedida pela atual procuradora, Raquel Dodge, e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso – relator do inquérito que investiga o decreto dos portos -, que vem sendo alvo de ataques do governo.

INFOGRÁFICOAliados, amigos e assessores de Temer investigados

CRONOLOGIAdo Decreto dos Portos até a Operação Skala

“Sem ter fatos reais a investigar, autoridades tentam criar narrativas que gerem novas acusações. Buscam inquéritos arquivados duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal, baseados em documentos forjados e já renegados formalmente à Justiça”, diz a nota, que acusa ainda os investigadores de tentarem “destruir a reputação” do presidente:

“Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação. Repetem o enredo de 2017, quando ofereceram os maiores benefícios aos irmãos Batista para criar falsa acusação que envolvesse o presidente. Não conseguiram e repetem a trama, que, no passado, pareceu tragédia, agora soa a farsa”.

Na nota divulgada nesta sexta, um dia depois das prisões de amigos do presidente, Temer diz ainda que a ofensiva “busca retirar o presidente da vida pública”, e que “bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes”.

“No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatura. Busca-se impedir ao povo a livre escolha. Reinterpreta-se a Constituição, as leis e os decretos ao sabor do momento. Vê-se crimes em atos de absoluto respeito às leis e total obediência aos princípios democráticos”, diz a nota.

Além de ataques à investigação, Temer afirma ainda, no documento, que o decreto dos portos não beneficiou a empresa Rodrimar, cujo dono foi preso na operação de ontem, e diz que “a mais rasa leitura do decreto teria enterrado, no ano passado, o pedido de abertura de tal investigação pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot”.

ÍNTEGRA DA NOTA

“O decreto dos portos, sob o qual está amparada a investigação sobre supostos benefícios à empresa Rodrimar, diz literalmente em seu Artigo 47-A, § 3º:

“O disposto neste artigo não se aplica aos contratos firmados antes da vigência da Lei 8.830, de 25 de fevereiro de 1993”.

A mais rasa leitura do decreto teria enterrado, no ano passado, o pedido de abertura de tal investigação pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot. O fato é que a Rodrimar não se encaixa neste parágrafo, neste artigo, no todo do decreto ou na sua interpretação, por mais ampla que se queira, conforme despacho do Ministério dos Transportes: “Conclui-se que as disposições do decreto número 9048/17 não se aplicam aos contratos da empresa Rodrimar S/A”.

Tal decreto nasceu após criação de grupo de trabalho pelo Ministério dos Transportes que realizou amplo e público debate, em reuniões que ocorreram entre setembro de 2016 e maio de 2017. Todas as áreas da Rodrimar serão relicitadas.

 

Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação. Repetem o enredo de 2017, quando ofereceram os maiores benefícios aos irmãos Batista para criar falsa acusação que envolvesse o presidente. Não conseguiram e repetem a trama, que, no passado, pareceu tragédia, agora soa a farsa.

O atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública, impedi-lo de continuar a prestar relevantes serviços ao país, como ele fez ao superar a mais forte recessão econômica da história brasileira. Bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes. No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatura. Busca-se impedir ao povo a livre escolha. Reinterpreta-se a Constituição, as leis e os decretos ao sabor do momento. Vê-se crimes em atos de absoluto respeito às leis e total obediência aos princípios democráticos”.

O Globo

 

 

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