João Pedro Marquini era casado com a juíza Tula de MelloReprodução / Redes sociais

 
 
Rio – A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizam, nesta segunda-feira (16), uma operação para prender suspeitos de envolvimento na morte do policial civil João Pedro Marquini, de 38 anos. O agente era casado com a juíza Tula Mello e foi vítima de um latrocínio, no dia 30 de março, em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste. A ação acontece na Ladeira dos Tabajaras, entre Copacabana e Botafogo, na Zona Sul, e provocou um intenso tiroteio na região. 
Em abril deste ano, equipes das especializadas já haviam atuado na comunidade, também para prender suspeitos do crime. Na ocasião, cinco morreram durante um confronto, sendo um deles Vinicius Kleber di Carlantonio Martins, o ‘Cheio de Ódio’, chefe do tráfico na região, e outros quatro foram presos. A operação desta segunda-feira cumpre mandados de prisão preventiva contra investigados por latrocínio e associação ao tráfico de drogas. 
Entre os crimes atribuídos aos investigados, está o latrocínio do policial civil, que era agente da Core. Os alvos atuam em uma organização criminosa responsável pela distribuição de drogas e controle territorial armado da comunidade. A região atualmente é controlada pelo Comando Vermelho e as investigações apontam que o grupo tem uma estrutura hierárquica, com funções divididas entre os gerentes, contadores e seguranças armados dos pontos de venda. 
Por conta da tensão na comunidade, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que, até o momento, um Centro Municipal de Saúde que atende a região suspendeu as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) disse que as unidades escolares da região atendem presencialmente. 
Entenda o caso
João Pedro era lotado na Coordenadoria de Recursos Especiais e casado com a juíza Tula Mello. Em uma publicação nas redes sociais, a magistrada contou que ele agiu para salvá-la durante a tentativa de assalto e não chegou a atirar contra os criminosos, antes de ser baleado com cinco tiros de fuzil. No momento do crime, a vítima estava em um veículo logo atrás da mulher, que também teve o carro atingido.
O automóvel da juíza, que atua no III Tribunal do Júri, era blindado e ela não ficou ferida. Na sequência, os bandidos fugiram em direção à comunidade César Maia, em Vargem Pequena, região que vive uma disputa de território entre traficantes do Comando Vermelho e milicianos. Um veículo que teria sido usado pelos bandidos foi apreendido no local, com diversas marcas de tiros, além de vidros quebrados.