Jair Bolsonaro: “Zambelli levou o hacker, mas não senti confiança”.

Declaração ocorreu em depoimento ao STF.

Jair Bolsonaro junto de seus advogados no STF Foto: Fellipe Sampaio/STF

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) levou o hacker Walter Delgatti Neto para ter uma reunião com ele no Palácio da Alvorada a fim de discutir a segurança das urnas eletrônicas. O ex-chefe do Executivo, contudo, disse que não sentiu confiança em Delgatti e o encaminhou ao Ministério da Defesa.

– Carla Zambelli levou o hacker, e eu recebi. Não entendo nada de informática, não senti confiança nele, e como de praxe, de acordo com o ministério, eu encaminhei o hacker para a Comissão de Transparência Eleitoral e nunca mais tive contato com ele – afirmou Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes.

Questionado pelo magistrado se teve algum retorno do até então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e da própria Zambelli, o líder conservador negou, dizendo que sequer sabe se Delgatti foi recebido pelo chefe da pasta.

Cid relatou que Bolsonaro pediu que o ministro Paulo Sérgio recebesse os dois, e que a reunião chegou a acontecer na sede do Ministério da Defesa. Ele afirma, contudo, não saber dizer se o ministro estava presente. Também declarou que, após estudos, não foi possível identificar sinais de fraude nas eleições de 2022.

ITÁLIA
Zambelli está na Itália, e é considerada foragida. A deputada foi condenada pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão em regime inicial fechado e multa no valor de 2 mil salários mínimos, por invasão aos sistemas do CNJ e falsidade ideológica.

Segundo a Corte, a parlamentar teria mandado o hacker Walter Delgatti Neto invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a fim de adulterar documentos, alvarás de soltura, quebras de sigilo bancários e emitir um mandado de prisão contra Moraes. Zambelli nega as acusações.

A congressista disse à jornalista Andreia Sadi, do G1, que se apresentará às autoridades italianas tão logo que o Ministério da Justiça brasileiro peça a sua extradição. Caso a solicitação do governo seja aceita, ela solicitará para cumprir pena na Itália.

Por Thamirys Andrade

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