Macron diminuirá expectativas de Lula sobre acordo UE-Mercosul.
Presidente brasileiro viaja a Paris esta semana.
O presidente da França, Emmanuel Macron, ressaltará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que Paris mantém sua oposição ao atual acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul e que a guerra comercial lançada pelo governo Donald Trump não mudou sua posição.
– O pacto não é aceitável como está agora (…) Sabemos que o lado brasileiro quer dialogar, mas nossa posição não mudou – disseram nesta terça-feira (3) fontes do Palácio do Eliseu, sede da presidência, dois dias antes do início da visita de Estado de Lula à França.
A presidência brasileira acredita, no entanto, que há um novo contexto geopolítico global, dada a “guerra comercial” desencadeada por Trump e que “favorece o avanço para a aprovação do acordo” entre o bloco sul-americano e a UE, cujas negociações foram concluídas em dezembro do ano passado.
Durante a visita de cinco dias de Lula à França, o Palácio do Eliseu anunciou que os dois líderes abordarão uma intensa agenda bilateral, assinando novos acordos em áreas como inteligência artificial, minerais críticos e transição energética, e também discutirão conflitos globais, como a invasão russa da Ucrânia e a crise humanitária na Faixa de Gaza.
Em relação à Ucrânia, a presidência francesa esclareceu que tanto Paris quanto Brasília são a favor de “uma paz robusta e duradoura” e anunciou que Macron explicará a Lula “em que ponto se encontra o conflito, com um lado (Ucrânia) sob ataque e pronto para a paz, e o outro (Rússia) que rechaça o diálogo”.
O Palácio do Eliseu não quis comentar a visita de Lula a Moscou em 9 de maio, a convite do presidente russo, Vladimir Putin, para comemorar a derrota nazista na Segunda Guerra Mundial.
Após seus compromissos em Paris, Lula viajará para Toulon, onde visitará uma base da Marinha francesa, que é parceira do Brasil em um programa de construção de submarinos, e participará do primeiro dia da Cúpula dos Oceanos da ONU, em Nice, que será realizada de 9 a 13 de junho.
Sua agenda também inclui visitas à sede da Interpol em Lyon, cujo secretário-geral é o brasileiro Valdecy Urquiza desde o final do ano passado.
*EFE