Empresa Azul Linhas Aéreas pede recuperação judicial nos EUA.

Fato foi informado pela companhia aérea nesta quarta-feira.

Airbus A320 da Azul (Imagem ilustrativa) Foto: Reprodução/YouTube FFaria Aviation

Azul Linhas Aéreas informou nesta quarta-feira (28) que protocolou o pedido de Chapter 11, equivalente à recuperação judicial, na Justiça dos Estados Unidos. A notícia já era aguardada pelo mercado diante das dificuldades recentes da companhia para levantar capital e renegociar dívidas.

A recuperação contempla aproximadamente 1,6 bilhão de dólares (R$ 9 bilhões) em financiamento durante o processo, eliminação de mais de 2 bilhões de dólares (R$ 11,3 bilhões) em dívidas e previsão de até 950 milhões de dólares (R$ 5,36 bilhões) em novos aportes de capital no momento da saída.

A companhia aérea destaca que garantiu um financiamento DIP (contraído por um devedor em recuperação) de aproximadamente 1,6 bilhão de dólares (R$ 9 bilhões) de parceiros financeiros após celebrar “acordos de apoio à reestruturação” com seus principais stakeholders (afetados por decisões da empresa), que inclui detentores de títulos da companhia, sua maior arrendadora – a AerCap, além de parceiros estratégicos.

Ao final do processo, está prevista a amortização do DIP com os recursos de uma oferta de subscrição de ações de até 650 milhões de dólares (R$ 3,66 bilhões), com garantia firme dos referidos investidores, além de um possível investimento adicional de até 300 milhões de dólares (R$ 1,69 bilhão) por parte da United Airlines e American Airlines, parceiras da Azul, sujeito a determinadas condições.

HISTÓRICO
Entre as três principais companhias que operam no Brasil, a Azul era a única que ainda não tinha recorrido ao Chapter 11. A Latam entrou no processo durante a pandemia e encerrou a recuperação judicial em 2022. Já a Gol entrou com o pedido no início de 2024 e deve sair do processo em junho.

O Chapter 11 voltou a ser uma possibilidade para a Azul após a piora da situação financeira da companhia. No balanço do primeiro trimestre, o indicador de alavancagem (nível de endividamento) da empresa subiu para 5,2 vezes, de 4,9 vezes no final de 2024 e bem acima do que estava há um ano, em 3,7 vezes. A dívida bruta da companhia aérea encerrou março em R$ 34,6 bilhões, crescimento de 42% em 12 meses.

*AE

Deixe uma resposta