Anomalia magnética no Atlântico intriga cientistas e ameaça satélites.
Uma vasta região entre a América do Sul e o sudoeste da África, conhecida como Anomalia do Atlântico Sul (AAS), vem desafiando especialistas ao redor do mundo.
Trata-se de uma área onde o campo magnético da Terra é significativamente mais fraco, funcionando como uma espécie de “brecha” no escudo que protege o planeta contra partículas solares.
Embora não represente perigo direto para a vida na Terra, a AAS afeta profundamente satélites e espaçonaves, inclusive a Estação Espacial Internacional. Na região, partículas solares altamente energéticas conseguem se aproximar mais do planeta, podendo causar falhas em equipamentos eletrônicos, perda de dados e até danos permanentes. Por isso, muitas naves desligam sistemas sensíveis ao atravessá-la.
A origem do fenômeno parece estar ligada ao núcleo externo da Terra, onde o movimento do ferro gera o campo magnético. Uma estrutura densa sob a África, chamada Grande Província Africana de Baixa Velocidade de Cisalhamento, pode estar distorcendo esse processo.
Além de continuar se movendo, a anomalia agora dá sinais de estar se dividindo. Apesar das incertezas, pesquisadores acreditam que esse enfraquecimento é parte de um ciclo natural que existe há milhões de anos.
Mapa ilustrativo da Anomalia do Atlântico Sul (AAS), fornecido pela Agência Espacial Europeia (ESA):
Neste mapa, as cores mais frias (azul escuro) indicam regiões com menor intensidade do campo magnético terrestre, destacando a área da AAS. As manchas brancas representam locais onde equipamentos eletrônicos a bordo de satélites foram afetados pela radiação ao passarem sobre a anomalia.European Space Agency
Para uma visualização dinâmica da evolução da AAS entre 2015 e 2025, a NASA disponibiliza uma animação que mostra as mudanças na intensidade geomagnética na superfície da Terra e na fronteira entre o núcleo e o manto:
Anomalia do Atlântico Sul de 2015 a 2025, mostrando a intensidade geomagnética na superfície da Terra e na fronteira núcleo-manto. Há versões que incluem as datas e as barras coloridas, e versões sem a data e a barra colorida.
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