Intimado na UTI, Jair Bolsonaro relembra caso Boulos.

Ex-presidente lembrou que deputado teve processo contra ele prescrito, pois a Justiça não teria conseguido encontrá-lo

Jair Bolsonaro sendo intimado na UTI por oficial de Justiça Foto: Frame de vídeo / X

Após ser intimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dentro do quarto de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) onde se recupera de uma complexa cirurgia, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relembrou o caso do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que teve um processo contra ele prescrito após a Justiça não o encontrar para intimá-lo.

Bolsonaro lembrou que à época o parlamentar era acusado de dano ao patrimônio público, um dos crimes pelo qual o líder conservador é enquadrado hoje no âmbito dos atos do 8 de janeiro.

– Dano ao patrimônio? Isso te lembra o 8 de janeiro? Isso não se encaixa em golpe de Estado? E a Justiça não o encontrou porque ele foi líder do MTST ou foi apenas mais uma coincidência? – questionou em publicação no X, exibindo uma reportagem da Folha de S.Paulo publicada em 11 de setembro de 2024.

A defesa de Boulos, por sua vez, justificou que era injusto culpar seu cliente por erros do Ministério Público e alegou que Boulos avisou em depoimento que mudaria de residência. Também pontuou que no processo havia os contatos dos advogados do acusado, que nunca teriam sido contatados para ajudar a localizá-lo.

– Só procuraram o Boulos em endereços sem sentido. Ele trabalhava na Faculdade Mauá e foram no Instituto Mauá. O inquérito ficou jogado por anos. Não teve tentativa nenhuma de escapar, o Boulos nem sabia do processo nesses seis anos. Foi o Ministério Público que abusou do direito de errar – assinalou o advogado Alexandre Pacheco Martins.

Boulos foi processado no caso da desocupação do Pinheirinho em janeiro de 2012, quando foi preso por tacar pedras em uma viatura da Guarda Municipal de São José dos Campos, encorajando famílias a depredarem o ginásio de esportes. Ele foi solto após pagar fiança de R$ 700. Boulos negou as acusações, e disse ter sido agredido pelos guardas.

Uma oficial de Justiça chegou à unidade hospitalar por volta das 10h30 desta quarta-feira (23) e entrou no quarto de UTI do ex-líder do Planalto às 12h45, tendo entregado os documentos e coletado a sua assinatura.

A situação causou perplexidade em Bolsonaro, que descreveu em mensagem a aliados o episódio como “inacreditável”, visto que ele ainda se encontra em recuperação de uma complexa cirurgia no intestino delgado para corrigir aderências causadas pela facada que sofreu durante campanha eleitoral em 2018.

Para aliados políticos de Bolsonaro, o caso expôs uma “falta de bom senso” por parte da Suprema Corte, que poderia ter adiado a intimação até a alta hospitalar do líder da direita, até mesmo para evitar uma eventual propagação de infecção ou doença para o ex-presidente. No momento, a recomendação da equipe médica é que Bolsonaro não receba visitas.

Além disso, segundo o colunista Paulo Cappelli, há aqueles que enxergam na atitude do STF uma violação ao artigo 244 do Código de Processo Civil, que versa sobre prazos e condições para atos processuais ao dizer que “não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito de doente, enquanto grave o seu estado”.

A ação da oficial de Justiça foi gravada em vídeo publicado nas redes sociais de Bolsonaro.

Assista:

 
PLENO.NEWS
RANOTICIAS.COM

 

 

Deixe uma resposta