Caso Vitória: Após confissão do crime, veja o que falta esclarecer.
Jovem de 17 anos foi brutalmente assassinada em Cajamar, São Paulo.
O principal suspeito de ter matado Vitória Regina Sousa, de 17 anos, Maicol Sales dos Santos, confessou o crime na noite da última segunda-feira (17), segundo informou o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). O caso, no entanto, segue em investigação por meio de inquérito policial pela Delegacia de Cajamar (SP).
– O autor foi interrogado na noite de segunda-feira e confessou o crime. A autoridade policial aguarda o resultado de alguns laudos e finaliza as diligências para concluir o inquérito – disse a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo na manhã desta quarta (19).
– Não há dúvidas que Maicol praticou o crime sozinho. Primeiro, já vinha perseguindo a vítima e, na sequência, o arrebatamento. E outras provas obtidas. Mas a prova cabal, ele confessou o crime na noite de segunda-feira. Fica muito claro que ele era obcecado pela vítima – disse, na ocasião, o delegado Carmo.
Também foram encontradas fotos de facas e de um revólver armazenadas no telefone de Maicol. A polícia acredita que ele tenha usado uma dessas armas para forçar a vítima a entrar em seu carro sem reagir e não descartam a possibilidade de que ele possa ter agido sozinho em todas as etapas do crime.
POR QUE ELE JÁ ESTAVA PRESO?
Maicol Santos é o proprietário de um Toyota Corolla prata identificado na cena do crime. A perícia encontrou vestígios de sangue no porta-malas do veículo, o que reforça a suspeita contra ele.
– No veículo Corolla, tivemos a constatação de sangue no porta-malas, e tudo leva a crer que pode ser da vítima. Já foi encaminhado para exame de DNA – afirmou anteriormente o diretor do Demacro.
A perícia também encontrou possíveis marcas de sangue no porta-malas do carro. O material ainda é analisado.
A contradição no depoimento dado anteriormente também pesou contra ele. O suspeito afirmou que passou a noite do crime em casa com a esposa, mas ela desmentiu sua versão, dizendo que dormiu na casa da mãe e não esteve com o marido naquele dia.
Ele teve a prisão temporária (30 dias) decretada pela justiça no dia 8 de março. Até ser preso, Maicol morava na mesma região da vítima, no bairro de Ponunduva, em Cajamar, onde todos se conhecem. Apesar disso, ele não tinha proximidade com a família de Vitória.
JOVEM FOI VÍTIMA DE STALKER?
Conforme a investigação, o homem vinha perseguindo a vítima com táticas de stalking (crime de perseguição).
A polícia disse que ele desenvolveu uma “obsessão” pela garota. A perícia encontrou no celular do suspeito uma coleção de imagens de Vitória e de outras mulheres com características físicas semelhantes, como tipo de cabelo e perfil corporal. As imagens vinham sendo arquivadas desde setembro do ano passado.
O que vai ocorrer com outras pessoas que eram consideradas suspeitas?
O delegado disse ainda que as outras pessoas investigadas estavam em algum momento relacionadas com Vitória.
– Investigamos todas as pessoas e todos os celulares apreendidos serão devolvidos – afirmou Carmo.
Segundo ele, o laudo apontou que ela foi morta por golpes de faca e não há indícios de violência sexual. A jovem morreu de hemorragia traumática em razão da perfuração das facadas.
QUANDO ACONTECEU O CRIME?
Vitória desapareceu em 27 de fevereiro e foi encontrada morta em 5 de março, a cerca de cinco quilômetros de sua casa, em Cajamar, na Grande São Paulo.
*AE