Após caos em liberação de reféns, Israel adia soltura de prisioneiros.
Decisão foi anunciada pelo premiê israelense Benjamin Netanyahu nesta quinta-feira

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ministro da Defesa, Israel Katz, ordenaram nesta quinta-feira (30) o adiamento da libertação de 110 prisioneiros palestinos, prevista para as próximas horas, “até que seja garantida a libertação segura de seus reféns”.
O anúncio, divulgado pelo gabinete do premiê israelense, ocorre após as milícias palestinas entregarem oito reféns em diferentes lotes esta manhã, em meio a momentos de caos e desordem causados pelos milhares de moradores da Faixa de Gaza que foram ao local e cercaram os veículos da Cruz Vermelha.
Footage of Israeli hostage Gadi Moses walking through mob of violent Palestinians. There are also reports that Arbel Yehud has been transferred to the Red Cross.
Complete chaos in Gaza pic.twitter.com/NAQfwFPjp6
— Emily Schrader – אמילי שריידר امیلی شریدر (@emilykschrader) January 30, 2025
Ao falar sobre o assunto, Netanyahu lamentou as “cenas chocantes” que, segundo ele, evidenciam a “crueldade inimaginável” do Hamas durante as operações de libertação de reféns na Faixa de Gaza, organizadas nesta quinta entre as ruínas das cidades de Jabalia e Khan Younis.
As imagens da libertação dos reféns mostram milhares de moradores de Gaza reunidos no local cercando veículos da Cruz Vermelha e dificultando o acesso dos reféns e dos terroristas. Entre a multidão, também podem ser vistas inúmeras bandeiras do Hamas e da Jihad Islâmica.
A desordem foi tal que os terroristas palestinos tiveram de pedir às pessoas para que abrissem passagem aos veículos, o que atrasou a conclusão do processo e dificultou a verificação de que tanto os israelenses como os tailandeses tinham sido entregues à Cruz Vermelha.
Após a divulgação dessas cenas, o primeiro-ministro israelense exigiu que “os mediadores garantam que tais cenas ameaçadoras não se repitam e que a segurança de nossos reféns seja garantida”.
O fórum que representa as famílias dos reféns também lamentou o que descreveu como “imagens devastadoras” que “encheram seus corações de medo”, segundo um comunicado em que pediram que “tudo o que for possível seja feito para garantir a sua proteção e sua reunificação imediata com seus entes queridos”.
– Após 482 dias de terror e sofrimento inimagináveis, essas pessoas, que já suportaram o impensável, não devem ser submetidas a mais perigos. Esse processo, marcado pela crueldade e desrespeito à dignidade humana, deve ser condenado inequivocamente – disse o grupo.
O Hamas libertou nesta quinta-feira a militar Agam Berger, uma refém de 20 anos, em uma cerimônia realizada em uma praça cercada por prédios destruídos por bombas israelenses no campo de refugiados de Jabalia, no norte do enclave, onde não ocorreram incidentes.
*EFE