Suspeitos de relação com morte de delator são soltos em menos de 24 horas
Decisão pela soltura se deu após audiência de custódia.

Dois dos homens presos sob suspeita de participação no assassinato do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) fuzilado na área de desembarque do aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, foram soltos por volta das 15h da tarde deste sábado (7).
A soltura ocorreu menos de 24 horas após sua detenção. A decisão pela soltura se deu após audiência de custódia realizada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que indicou suposta irregularidade na prisão.
O advogado Guilherme Vaz, que representa Marcos e Allan, afirmou ao Estadão, de onde são as informações, que “durante a audiência ficou comprovado que tinha algo estranho na história da PM”. Um dos pontos questionados por ele é que, após ser abordado, Allan ligou para Marcos, que é seu sobrinho, ir até lá.
A defesa afirma que os clientes negam ser os donos das munições ou ter qualquer relação com o caso Gritzbach.
Marcos e Allan foram levados ontem para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sob a acusação do porte ilegal das munições e acabaram autuados em flagrante. Uma das prisões chegou a ser comemorada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas redes sociais.
– Após um trabalho de inteligência, policiais de Rota acabam de prender um dos criminosos envolvidos no assassinato de Vinicius Gritzbach – escreveu, em publicação no Instagram.
No termo de audiência de custódia, obtido pela reportagem, a juíza Juliana Pirelli da Guia apontou que, conforme informações da boletim de ocorrência, policiais da Rota foram até a casa onde Marcos mora averiguar uma denúncia anônima de que ele teria participado do assassinato do delator do PCC.
– Consta que os policiais solicitaram a presença de um morador, quando surgiu na garagem da Allan, identificando-se como morador e tio de Marcos, que não estava na casa – diz o documento.
Segundo os policiais, o veículo estava destrancado, com as portas abertas. Assim, eles teriam aberto o carro e realizado buscas no interior, localizando armas e munições de armas de fogo sob o banco dianteiro.
Os agentes afirmaram que Allan teria autorizado que entrassem na residência, onde nada encontraram de ilícito e, a pedido dos policiais, telefonou para o sobrinho Marcos para ir até casa, sendo que, lá chegando, conduzindo uma motocicleta, nesta foram encontradas mais munições de arma de fogo em um baú de transporte.