Correios têm prejuízo recorde nos nove primeiros meses de 2024.

Estatal registrou resultado negativo de R$ 2 bilhões entre janeiro e setembro deste ano.

Correios Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O intervalo entre janeiro e setembro deste ano foi histórico para os Correios, mas de forma negativa. Nos primeiros nove meses de 2024, a estatal teve prejuízo de R$ 2 bilhões, o maior da história para o período e próximo do pior resultado registrado ao longo de um ano inteiro, que foi o déficit de R$ 2,1 bilhões anotado em 2015, quando o país era governado por Dilma Rousseff (PT).

Desde 2015, por sinal, os Correios só registraram lucro durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Foi, inclusive, durante o governo do líder conservador, em 2021, que a empresa teve seu maior lucro da história, com resultado positivo de R$ 3,7 bilhões.

Entre 2019 e 2021, quando Bolsonaro governou o país diante da pandemia de Covid-19, a empresa terminou no azul em todos os anos. Já em 2022, último ano do ex-presidente, o resultado também tinha sido positivo, mas uma manobra contábil do governo Lula transformou um lucro de R$ 200 milhões em um prejuízo de R$ 800 milhões.

A manobra em questão consistiu em lançar retroativamente um gasto de R$ 1 bilhão em indenizações pagas em 2023 ao balanço de 2022. Vale ressaltar que, mesmo com a utilização desse expediente, a empresa ainda fechou o ano passado com R$ 600 milhões de prejuízo.

Em razão do resultado negativo das contas, os Correios decretaram um teto de gastos para o ano, de R$ 21,96 bilhões. A definição foi reforçada aos gestores em 11 de outubro em um documento que foi colocado sob sigilo, mas que foi obtido e divulgado pelo site Poder360.

Além disso, os Correios definiram medidas para ficar dentro do teto previsto, entre elas a suspensão de contratações de pessoal terceirizado por 120 dias e a negociação de valores dos contratos vigentes com redução de ao menos 10% do valor.

Questionada sobre as razões para a contenção de despesas, a empresa alegou frustração das receitas e disse que elas tiveram duas razões: herança contábil da gestão anterior (mesmo com os resultados positivos de 2019 a 2021) e a chamada taxa das blusinhas, que foi responsável pela queda nas importações e, com isso, causou redução no número de encomendas internacionais.

Por: Paulo Moura

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