Guerrilheiros extremistas islâmicos sírios do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) – um grupo de oposição apoiado pela Turquia – chegaram ao centro de Aleppo, na Síria, na noite desta sexta-feira (29). O ataque inesperado levou a um êxodo da cidade e afetou negativamente o trabalho dos parceiros locais e igrejas parceiras da instituição cristã Portas Abertas no país.

De acordo com a Portas Abertas, cristãos em Aleppo estariam novamente vivendo com medo, após anos de guerra e, mais recentemente, os efeitos dos terremotos. Vários treinamentos da organização estavam planejados na cidade nas próximas semanas, mas os eventos foram cancelados por causa do atentado. De acordo com as fontes locais da instituição, “os rebeldes tomaram grande parte de Aleppo”.

– Uma fonte me disse que a boa notícia é que agora há mais eletricidade. Parece que os rebeldes assumiram a central de distribuição de eletricidade e deram mais horas de energia elétrica às pessoas junto a uma mensagem de que não pretendem prejudicar os civis – relatou uma pessoa que vive na região.

Como no resto da Síria, as pessoas em Aleppo estavam acostumadas a ter apenas algumas horas de eletricidade por dia como consequência da crise econômica gerada pela guerra. Mas a garantia de energia não significa segurança e esperança para os cristãos na cidade.

– As pessoas estão com medo. Falei com cinco pessoas que não conseguiram sair da cidade. Elas estão com medo e não confiam no que os rebeldes dizem, mas não têm escolha a não ser ficar em suas casas e esperar pelo melhor – disse um contato local da Portas Abertas.

O HTS e outras facções apoiadas pela Turquia nomearam sua ofensiva, que começou na última quarta (27), de “Repelindo a Agressão”. A invasão seria uma resposta aos bombardeios do Exército sírio e seus aliados nas áreas controladas pelo HTS na cidade de Idlib e seus arredores nas últimas semanas.

De acordo com agências de notícias, cerca de 50 vilarejos foram tomados pela milícia na Síria nos últimos dias, seguindo o avanço que começou na fortaleza do grupo em Idlib. Os rebeldes também controlam parte da rodovia que conecta Aleppo com Hama, Homs e Damasco. Em 2016, o grupo foi expulso de Aleppo. Desde então, essa é a primeira luta desse nível na região.

Ainda segundo a Portas Abertas, fontes dizem que o exército sírio recuou de Aleppo e estaria aguardando apoio militar de sua aliada, a Rússia. A Síria ocupa a 12ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024 e enfrenta perseguição extrema contra cristãos.

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