Circula pelas redes sociais um vídeo onde uma pessoa trans aparece performando em um evento do Ministério Público Federal do Pará que aconteceu nesta sexta-feira (22) fazendo uma dança “bate-cabelo”, levando os internautas a criticarem o espaço concedido.

Para quem não sabe, bate-cabelo é um termo que se refere a uma performance que consiste em rodar a cabeça ao som de uma batida forte, sendo que quem aguenta mais tempo ganha destaque. Trata-se de um ato visto principalmente em festas e casas de shows LGBTQ+.

Parte da crítica se dá porque o evento em questão tinha como nome “I Seminário Diagnóstico de Empregabilidade de Travestis e Transexuais na Região Metropolitana de Belém”, cujo objetivo era falar sobre o baixo acesso a oportunidades de educação e capacitação da população trans.

– Propagada woke com dinheiro público, pois as instalações do MPF são mantidas com recurso do erário… Fala sério… Precisamos de mais seriedade – comentou um internauta.

– Uma geração perdida, com valores e ideais deturpados! Que tristeza! Sorte a nossa que ainda se salvam alguns, entre os milhares e milhões afetados! – escreveu outro.

Assista:

URGENTE – Ministério Público Federal do Pará faz evento para discutir a “empregabilidade de travestis e transexuais” na região metropolitana de Belém

Não parece uma discussão sobre empregabilidade, parece um show de gestos obscenos. Tudo financiado com dinheiro público. pic.twitter.com/UNDKeYQL0t

— Michelle Freitas (@BrazUK_News) November 23, 2024

MPF SE MANIFESTA E FALA EM TRANSFOBIA
Em nota, o MPF defendeu a artista e disse que as críticas se tratam de transfobia.

Leia na íntegra:

O Ministério Público Federal no Pará manifesta, publicamente, seu veemente repúdio aos atos de transfobia dirigidos à artista que realizou a performance de abertura do I Seminário Diagnóstico de empregabilidade trans na região metropolitana de Belém, no auditório da Procuradoria da República no Pará.

Não há espaço para o discurso de ódio em nossa sociedade. A luta contra a transfobia é também a luta por uma sociedade mais igualitária e inclusiva, onde todas as pessoas possam exercer livremente suas expressões artísticas, culturais e de identidade sem medo de represálias ou violência.

A Procuradoria da República no Pará cumprimenta a artista pela performance realizada e informa que adotará, no cumprimento de suas atribuições institucionais, todas as medidas cabíveis para a apuração e responsabilização dos responsáveis por atos de transfobia relacionados à referida performance.

Belém, 23 de novembro de 2024

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