EUA confirmam que Coreia do Norte enviou tropas para a Rússia

País enxerga escalada “muito séria” com consequências para Europa e Ásia.

Presidentes da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e da Rússia, Vladimir Putin Foto: EFE/EPA/VLADIMIR SMIRNOV/SPUTNIK/KREMLIN POOL

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd J. Austin, confirmou que a Coreia do Norte enviou tropas para a Rússia para se juntarem às forças russas que combatem na guerra com a Ucrânia, segundo informaram nesta quarta-feira (23) meios de comunicação norte-americanos. Em declarações feitas durante uma visita a uma base militar na Itália, Austin descreveu a presença da Coreia do Norte na Rússia como uma escalada “muito séria” que teria consequências tanto na Europa como na Ásia.

– O que exatamente estão fazendo? Ainda vamos saber – disse Austin aos repórteres na base militar, sem dar detalhes sobre o número de soldados que já estão em território russo.

Essas declarações ocorrem logo depois que autoridades de inteligência dos EUA anunciaram que estão se preparando para divulgar uma série de informações, incluindo fotografias de satélite, mostrando navios de tropas se deslocando da Coreia do Norte para áreas de treinamento em Vladivostok, na costa leste da Rússia, e outros territórios russos mais ao norte, segundo lembrou o jornal The New York Times.

Até agora, porém, os soldados norte-coreanos não chegaram à Ucrânia, destacaram as autoridades de inteligência.

As declarações de Austin chegam depois de o Serviço Nacional de Inteligência (NIS) sul-coreano ter anunciado nesta quarta-feira (23) que Pyongyang já enviou cerca de 3 mil soldados para território russo, onde teoricamente se preparam para serem transferidos para a frente de batalha na Ucrânia.

A notícia é divulgada depois de o próprio NIS ter afirmado na última sexta (18) que previa o envio de cerca de 12 mil soldados (incluindo uma unidade de Forças Especiais) no total – um número próximo do que também foi levantado por Kiev – e que cerca de 1.500 soldados já estavam em bases no Extremo Oriente russo, onde recebem instrução, bem como armas, uniformes e carteiras de identidade russas.

Essas informações, que até agora não tinham sido confirmadas por Washington, foram rotuladas como “farsas” por Moscou, enquanto Pyongyang as tachou como “comentários absurdos”.

*EFE

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