Órgãos com HIV: Paciente só foi avisada após caso sair na mídia

Mulher teve consulta adiantada após caso ser revelado: “Ia ficar sem medicação”

Paciente que recebeu rim não quis se identificar Foto: Reprodução/TV Globo

Uma das seis vítimas que contraíram o HIV, vírus da Aids, após receberem órgãos transplantados no Rio de Janeiro, contestou informações do governo do estado acerca de assistência e tratamento. Uma mulher que recebeu um rim foi procurada por autoridades apenas após o caso se tornar público.

O relato da mulher, que não quis se identificar, foi dado em entrevista ao Fantástico neste domingo (13). Ela recebeu a notícia no último dia 3 de outubro e foi encaminhada a um posto de saúde, onde a infecção foi confirmada. Segundo ela, sua próxima consulta estava marcada apenas para o dia 29, mas foi adiantada após a repercussão do caso.

A vítima afirma que Secretaria Estadual de Saúde não a contatou antes das revelações da BandNews FM.

– É essa a minha revolta. Porque eu ia ficar até dia 29 sem medicação nenhuma – disse.

O governo do Rio de Janeiro havia afirmado que os pacientes infectados estariam recebendo atendimento clínico e psicológico.

– É como se o chão se abrisse e você… Sabe? Porque é a minha vida e daqui pra frente a minha vida mudou. A minha família tá revoltada, porque a gente entra lá com a maior confiança de que vai dar tudo certo – desabafou a vítima.

SÓCIO DE LABORATÓRIO PRESO
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta segunda-feira (14), Walter Vieira, médico ginecologista e um dos sócios do PCS Lab Saleme, laboratório que é apontado pelo governo fluminense como responsável pelo erro que fez com que ao menos seis pessoas recebessem órgãos infectados por HIV após transplantes. Vieira é tio do deputado federal Dr. Luizinho (PP).

A detenção de Walter Vieira faz parte da Operação Verum, que tenta prender quatro pessoas envolvidas no caso.

De acordo com a polícia, a operação também apura se o PCS Lab Saleme teria falsificado outros laudos além daqueles emitidos para o caso dos transplantes.

Por: Monique mello

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