“Estamos à beira do momento mais perigoso da história do Oriente Médio”

Declaração é de jornalista do The New York Times.

Foguete lançado pelo Hamas contra Israel no início da guerra, em outubro de 2023 Foto: EFE/EPA/MOHAMMED SABER

Jornalista estadunidense e colunista do The New York Times sobre assuntos internacionais, Thomas L. Friedman alertou que o mundo pode estar assistindo ao início do momento “mais perigoso da história do Oriente Médio moderno”. O comunicador chegou a tal conclusão após conversar com fontes da inteligência israelense.

O cenário que aflige Friedman é o de uma possível guerra de mísseis balísticos entre Irã e Israel, que, por sua vez, resultaria em um esforço total entre os israelenses e estadunidenses para destruir o programa nuclear iraniano.

– Essas informações foram compartilhadas comigo porque os israelenses insistem que não querem uma guerra balística em grande escala com o Irã e querem que os Estados Unidos tentem dissuadir os iranianos, informando-os de que, se lançarem esse ataque com mísseis, os Estados Unidos não serão espectadores e sua resposta, ao contrário do ataque iraniano com mísseis e drones contra Israel em 13 de abril, não será puramente defensiva – informou em sua análise.

Lançados contra Israel nesta terça-feira (1°), os mísseis iranianos miraram a sede do Mossad, o serviço de inteligência estrangeira de Israel, que fica próxima a Tel Aviv. As bases aéreas Nevatim e Khatzirim, no sul do país, também foram alvos. O ataque, contudo, foi interceptado.

– Alguém poderia pensar que Israel está ansioso por esse tipo de guerra com o Irã para finalmente acabar com seu programa nuclear e envolver os Estados Unidos. Não é essa a minha impressão. Uma guerra de mísseis balísticos poderia causar enormes danos à infraestrutura de Israel, a menos que praticamente todos os mísseis fossem interceptados – adicionou Friedman.

A inteligência de Israel tampouco avalia que o povo iraniano, em geral, seja favorável à guerra. Para o Mossad, há um antigo descontentamento na população iraniana em relação aos investimentos de seu país para financiar grupos como Hamas e Hezbollah, quando há básicas internas que não foram atendidas.

De acordo com Friedman, a mensagem que os israelenses querem que os Estados Unidos transmita ao Irã é a de que uma guerra sangrenta pode levar a uma revolta da população contra o próprio regime iraniano.

O jornalista finaliza dizendo que se os países começarem a “cruzar as linhas vermelhas, todas elas desaparecem”.
 
Por: Thamirys Andrade
PLENO.NEWS
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