Em “nova fase”, Israel avança para a fronteira com o Líbano
Defesa israelense deixou claro que “o centro de gravidade” se move para o norte.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse nesta quarta-feira (18) que o país está entrando em uma “nova fase” da guerra na Faixa de Gaza, e que o foco agora está mudando para a fronteira com o Líbano, onde centenas de dispositivos de comunicação usados pelo grupo Hezbollah explodiram nesta terça (17) e quarta, deixando milhares de feridos e cerca de 20 mortos.
– Acredito que estamos no limiar de uma nova fase dessa guerra e precisamos nos adaptar – declarou Gallant durante visita às tropas da Força Aérea na base de Ramat David, no norte de Israel.Esse é o mais recente de uma série de avisos emitidos pelas autoridades de Israel nos últimos dias ao Hezbollah, grupo com o qual o país tem se envolvido em uma intensa troca de hostilidades desde 8 de outubro de 2023, o que forçou a retirada de mais de 60 mil moradores de comunidades do norte.
O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), Herzi Halevi, reuniu-se nesta quarta com o chefe do Comando do Norte e aprovou “planos de ataque e defesa” na região, à medida que as tensões aumentam, informaram as FDI em comunicado.
– Temos muitas capacidades que ainda não foram ativadas – disse Halevi.
Ele acrescentou que “as próximas duas fases já estão preparadas, e em cada uma o preço para o Hezbollah deve ser alto”.
Nesta terça, Gallant afirmou que, com suas “missões” em Gaza quase concluídas, o foco de Israel agora está se voltando para a fronteira com o Líbano.
Nesta quarta, o ministro da Defesa israelense deixou claro que “o centro de gravidade” se move para o norte, e que as FDI estão deslocando forças e recursos para a região.
A visita de Gallant à base aérea ocorreu no mesmo dia em que Israel decidiu deslocar para o norte do país uma divisão das FDI que vem lutando na Faixa de Gaza há meses.
– Precisaremos de consistência com o passar do tempo. Essa guerra exige muita coragem, determinação e perseverança – afirmou Gallant, além de ressaltar que o país não “esqueceu” os reféns ainda mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza.
Israel não reconheceu oficialmente a responsabilidade pelas explosões no Líbano, como é de praxe nesses casos, mas o grupo libanês já avisou que vai retaliar.Na noite da última segunda-feira (16), as autoridades de Israel decidiram oficialmente incluir o retorno de 60 mil moradores deslocados para suas casas no norte do país como parte dos objetivos de guerra.
*EFE
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