Última hora. Já arderam mais de 62 mil hectares em Portugal Continental desde domingo.
Balanço das vítimas mortais sobe para sete: quatro bombeiros e três civis. Sistema Copernicus diz que mais de 62 mil hectares arderam em Portugal continental desde domingo.
Três bombeiros morreram durante combate a um incêndio em Tábua. A informação foi confirmada à Euronews por fonte da Liga dos Bombeiros Portugueses.
O carro onde seguiam terá sido apanhado numa frente de fogo, com um dos bombeiros a ser encontrado carbonizado. As circunstâncias em que o acidente aconteceu estão ainda a ser apuradas. Os bombeiros, um homem e duas mulheres, seguiam no carro para Vila do Mato, na região de Coimbra. Há ainda a reportar outros dois bombeiros feridos sem gravidade.
Desta forma, o balanço atual de vítimas mortais sobe para sete: quatro bombeiros e três civis.
Marcelo Rebelo de Sousa já reagiu, dizendo-se “profundamente consternado com o acidente com uma viatura de bombeiros, causando o falecimento de três bombeiros”. Em comunidado, Luís Montenegro também enviou condolências às famílias dos bombeiros.
“Expresso as mais sentidas condolências às Famílias e à corporação destes três heróis que deram a vida pela defesa de Portugal e dos Portugueses. A maior homenagem que lhes podemos prestar é continuar a lutar, como eles fizeram”, é possível ler na nota enviada às redações.
No mais recente balanço da Proteção Civil, realizado pelas 13:00, o comandante André Fernandes confirmou desde a meia-noite até às 12:30 desta terça-feira registadas 105 ocorrências, 48 diurnas e 57 noturnas.
Por esta altura estão 65 incêndios em curso e território nacional, com maior incidência norte e centro. Destes, 24 são ocorrências significativas estão a ser acompanhadas em permanência.
Entre os incêndios em curso e as equipas destacadas para monitorização dos fogos em fase de rescaldo estão empenhados 5321 operacionais no terreno e 24 meios aéreos.
Número de ignições noturnas é “incomportável”
O comandante André Fernandes ressalvou o número de ignições noturnas e a necessidade da redução dos comportamentos de risco da população.
“É necessária a redução do número de ignições – 125 ignições durante o período noturno. Este número não é comportável porque significa que não estamos a adotar os nossos comportamentos às condições extremas, à situação que é complexa”, afirmou o comandante da Proteção Civil.
“Boa parte destes incêndios não está na capacidade extinção – a estratégia adotada está virada para a preservação da vida humana e dos bens materiais , sempre que possível”, afirmou o comandante da Proteção Civil.
Mais de 62 mil hectares arderam em Portugal continental desde domingo
A área ardida em Portugal continental desde domingo já ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que na região norte e centro, atingida pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
As zonas mais afetadas localizam-se na Região de Aveiro, Tâmega e Sousa e Viseu Dão Lafões, que totalizam 47.376 hectares de área ardida, 75% da área ardida em todo o território nacional.
De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega aos 62.646 hectares.
Incêndios fazem mais de 50 feridos
De acordo com o último balanço, 53 pessoas ficaram feridas sendo que foram 17 transportadas para estabelecimento hospitalar pelo INEM.
Foram ainda registadas mais de 50 evacuações, sobretudo nos concelhos de Águeda e Albergaria
“Proximidade e rapidez” para ajudar populações afetadas
O ministro adjunto e da Coesão Territorial reúne-se esta terça-feira com os autarcas de Aveiro, devido aos incêndios que afetam a região.
“O princípio tem de ser proximidade e rapidez como método para fazer com que as pessoas lesadas sintam que alguém está a olhar por elas” explicou aos jornalistas à chegada ao encontro. “O Governo tem de estar aliado aos autarcas para nos coordenarmos”, afirmou.
Manuel Castro Almeida não descarta a possibilidade de se reunir com outros autarcas de outras áreas afetadas. Questionado sobre o tempo que passará em Aveiro, o distrito mais afetado pelos fogos nesta atura, o ministro afirmou “ter mala feita para três dias”.
IPMA mantém oito distritos sob aviso amarelo devido ao calor
No terreno, as condições de combate ao fogo deverão continuar difíceis com o IPMA a manter os avisos devido ao calor.
Oito distritos de Portugal continental estão sob aviso amarelo devido ao calor, segundo informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. O aviso estará em vigor até, pelo menos, às 18:00 desta terça-feira.
Num comunicado, o IPMA disse que os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga estão sob alerta devido à “persistência de valores elevados da temperatura máxima”.
Vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental apresentam um perigo muito elevado e elevado de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
De recordar que o Governo prolongou a declaração de situação de alerta até às 23:59 do próximo dia 19, ou seja, quinta-feira.
Incêndios provocam corte de estradas
Os incêndios estão a provocar vários constrangimentos ao nível da circulação rodoviária, com a Proteção Civil a desaconselhar as viagens para as áreas afetadas, nomeadamente para o distrito de Aveiro.
Durante a noite, várias estradas e autoestradas foram cortadas em diferentes zonas, numa situação que se manteve durante a manhã.
Incêndios: Von der Leyen quer discussão sobre reparações e adaptação
A presidente da Comissão Europeia defendeu que é preciso financiar a “necessidade crescente de adaptação e reparação” face a fenómenos meteorológicos adversos. Ursula von der Leyen falava a propósito dos incêndios em Portugal e também das cheias que atingiram vários países da Europa Central.
“É uma questão cada vez mais importante e é uma coisa que nós, enquanto europeus, precisamos de perceber: como é que podemos financiar a necessidade crescente de adaptação e reparação que vai ser necessária nos próximos anos”, face a fenómenos meteorológicos adversos, admitiu.
Depois do pedido de ajuda português ao abrigo do mecanismo europeu de Proteção Civil, a presidente da Comissão Europeia reconheceu que os Estados-membros estão a “apoiar tanto quando é possível neste momento de crise”.
Sobre os oito aviões enviados pela União Europeia, de acordo com o último balanço da Proteção Civil, os meios espanhóis enviados estão já a atuar desde as 9:00 desta terça-feira. Os meios franceses já aterraram em território luso, podemo começar a operar ainda durante a tarde. Os meios italianos deverão chegar durante a tarde.
Quanto à Gréca, a situação é um pouco mais complexa. Os aviões ainda não conseguiram realizar a viagem devido às condições meteorológicas.
Quatro pessoas constituídas arguidos por fogo posto em Valongo
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou, esta terça-feira, que constituiu arguidos quatro funcionários da União de Freguesias de Campo e Sobrado, no concelho de Valongo, por suspeitas de causarem um incêndio florestal.
Em comunicado, a PJ explicou que o incêndio foi originado pela “utilização indevida” de “máquinas agrícolas, uma roçadora de disco metálico”, cuja utilização é proibida devido à Situação de Alerta que o país atravessa.
Este incêndio ocorreu na segunda-feira, em Campo, no distrito do Porto, tendo as chamas consumido cerca de um hectare de mancha florestal e causado danos em viaturas e unidades fabris.
“Os arguidos, sem antecedentes criminais, prestaram termo de identidade e residência e foram interrogados sobre os factos em investigação”, concluiu a PJ em comunicado.
Presidente da Câmara de Gondomar diz que reforços não estão a chegar ao norte do país
O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, disse que os reforços que estão a ser enviados do sul do país não estão a chegar aos incêndios em Marco de Canaveses, Amarante e Baião.
Em declarações à RTP, Marco Martins declarou que os grupos enviados do Algarve e de Lisboa “não passaram de Leiria e Coimbra”, na zona centro do país. O autarca de Gondomar disse, também, à agência Lusa que ninguém do Governo o contactou até ao momento.