– O governo venezuelano adotará as medidas necessárias, no âmbito do direito internacional e da diplomacia de paz bolivariana, para proteger sua soberania – diz a nota do ministro das Relações Exteriores.
Santos participou da reunião na sede do Ministério das Relações Exteriores em Caracas, a pedido de Gil, que no dia anterior havia descrito como “insolentes, interferentes e grosseiras” as declarações da ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, para quem o governo de Maduro é uma “ditadura”.
A autoridade espanhola também se referiu aos venezuelanos que deixaram seu país como “vítimas de restrição, violência, falta de democracia e falta de liberdade”, e criticou a “perseguição” e a “limitação dos direitos fundamentais” que, em sua opinião, são sofridos pelos opositores na nação sul-americana.
O governo de Maduro, explicou Gil nesta quinta-feira (12), também convocou para consultas sua embaixadora credenciada na Espanha, Gladys Gutiérrez, cuja chegada à Venezuela está prevista para a tarde desta sexta-feira.
Por sua vez, o governo espanhol optou por minimizar a escalada de tensão entre Caracas e Madri e descreveu como “soberana” a decisão do governo chavista de convocar Santos e convocar para consultas seu representante na capital espanhola.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, insistiu na vontade de buscar “as melhores relações possíveis com o povo irmão da Venezuela” e de cuidar dos interesses da comunidade e das empresas nacionais no país sul-americano.
A tensão entre os dois países ocorre depois que o Congresso espanhol, com o voto contrário do governista Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), concordou em reconhecer como presidente eleito das eleições de 28 de julho na Venezuela o candidato da oposição majoritária, Edmundo González Urrutia, exilado desde o último domingo (8) no país europeu, onde pediu asilo.
Em resposta, o Congresso venezuelano, controlado pelos chavistas, propôs a elaboração de uma resolução instando Maduro a romper “todas as relações diplomáticas, consulares, econômicas e comerciais” com a Espanha.
Nesta quinta-feira, González Urrutia foi recebido pelo presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, que garantiu que seu país continuará a trabalhar em favor da democracia, do diálogo e dos direitos fundamentais do povo venezuelano.
*EFE