Sem opção, Lula volta a dizer que não reconhece vitória de Maduro

Petista evitou chamar o regime de Maduro de “ditadura”, e classificou como um “rolo”.

Lula e Maduro Foto: EFE/ André Coelho

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que não pretende romper relação com a Venezuela nem punir o país vizinho, diante do impasse do resultado eleitoral. Apesar disso, Lula fez críticas ao ditador Nicolás Maduro e disse que o comportamento dele “deixa a desejar”.– Acho que o comportamento do Maduro é um comportamento que deixa a desejar. Acho que aqui no Brasil, a gente aprendeu a fazer democracia com muito sofrimento. E você vê que, quando o cara é extremista, ele não aceita a derrota – comentou Lula, em entrevista à Rádio Difusora Goiânia nesta sexta-feira (6).

O presidente brasileiro voltou a dizer que não reconhece a vitória de Maduro no processo eleitoral, mas tampouco reconhece que a oposição ao regime venceu. Na avaliação do petista, há duas soluções para o país vizinho: chamar novas eleições ou “fazer uma coalizão para que pudesse conviver democraticamente”.

– Não reconheci o resultado eleitoral da Venezuela apenas exigindo que o Maduro tivesse entregue as atas para o Conselho Nacional Eleitoral, que tinha três membros do governo e dois da oposição. Ele preferiu não passar pelo colégio eleitoral e foi direto para a Suprema Corte. Então, eu me senti no direito de dizer que não reconheci aquele resultado eleitoral, porque não estava correto – contou Lula.

Em sua avaliação, Maduro deveria convocar uma nova eleição para provar o resultado.

Diante do impasse, Brasil e Colômbia estão trabalhando juntos em torno da questão.

– Não aceitamos o resultado das eleições, mas não vou romper relações, e também não concordo com a punição unilateral, bloqueio. Porque o bloqueio não prejudica o Maduro, prejudica o povo. E acho que o povo não deve ser vítima disso – disse o presidente brasileiro.

Na fala, Lula evitou chamar o regime de Maduro de “ditadura”, mas classificou como um “rolo”. Diante dos posicionamentos que tem tido sobre o assunto, o presidente brasileiro reconheceu que há discordâncias nos partidos de sua base.

– Aqui no Brasil, grande parte dos partidos que estão no meu governo não me apoiaram. E tem muita gente no meu governo [que também não apoiou] – disse o presidente.

Ele, porém, disse que “precisa governar” e, para isso, precisa ter maioria nas votações na Câmara e no Senado.

*AE

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