Boulos muda posicionamento em temas como aborto e maconha.

Psolista tem buscado se aproximar dos eleitores de centro com discurso mais afastado da esquerda.

Guilherme Boulos Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Para tentar conquistar o eleitor de centro e vencer sua primeira eleição para um cargo no Executivo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) tem mudado de opinião em relação a posicionamentos de esquerda que antes defendia com firmeza. Nesta lista estão assuntos como a legalização do aborto e da maconha, e a situação política da Venezuela.

A mudança de tom é bem clara quando os posicionamentos de Boulos no pleito municipal deste ano são comparados com aqueles emitidos pelo psolista em 2018, quando ele concorreu à Presidência da República, e em 2020, quando ele tentou pela primeira vez se eleger prefeito da capital paulista.LEGALIZAÇÃO DA MACONHA
Uma das áreas em que Boulos tem emitido um posicionamento diferente daquele que já defendeu em um passado recente é a legalização da maconha. Em 2018, por exemplo, o político disse que era “possível legalizar” o entorpecente.

– Temos que romper a política de guerra às drogas. No caso da maconha, está claro em várias experiências internacionais que é possível legalizar com a regulamentação adequada sem prejuízo algum para a saúde pública – disse Boulos há seis anos.

Atualmente, no entanto, o deputado federal tem afirmado que sua posição não é pela legalização da droga, mas a favor do entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) pela diferenciação entre traficante e usuário.

– A posição que eu defendo em relação a esse tema é que se separe traficante de usuário, portanto, a descriminalização do usuário. É o que o STF já definiu, aliás em uma ação impetrada inclusive pelo meu partido – apontou o psolista no último dia 26 de agosto ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Em 2020, Boulos usou as redes sociais para comemorar a aprovação de uma lei na Argentina que permitiu que as mulheres tivessem a palavra final sobre a realização do aborto. Atualmente, no entanto, o deputado tem se posicionado de maneira diferente, dizendo defender que a prática ocorra apenas nos casos previstos atualmente na legislação brasileira.

– Eu defendo que a lei seja cumprida. A lei, por exemplo, sobre interrupção de gravidez, é muito clara. Ela permite o aborto em casos de estupro, quando o feto é anencéfalo ou quando há risco de vida para a mãe – disse o parlamentar no início de agosto deste ano.

VENEZUELA
Outra mudança no posicionamento de Boulos diz respeito à situação política na Venezuela. No passado, o parlamentar disse que não considerava que a Venezuela fosse uma ditadura. Recentemente, porém, o político disse que o país não é seu “modelo de democracia” e apontou que há provas suficientes de que houve fraude eleitoral no pleito presidencial de julho deste ano.

– Hoje está absolutamente claro, nós temos indícios bastante suficientes para dizer de que houve fraude na eleição da Venezuela. Tanto é que o Itamaraty, o próprio presidente Lula, que é um governo de esquerda, não reconheceu a eleição do Maduro. Essa é a minha posição – declarou Boulos ao programa Roda Viva no fim de agosto.

Por: Paulo Moura

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