Moraes usou TSE para levantar ficha de contratado, diz jornal
Pedidos de investigação de dados sigilosos foram feitos pelo segurança do ministro.
Uma nova reportagem da Folha de S.Paulo mostra que o segurança do ministro Alexandre de Moraes, Wellington Macedo, utilizou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para levantar informações sobre um prestador de serviços que faria uma obra na casa do ministro.
A troca de conversas entre Macedo, que é policial militar, e o chefe da AEED, Eduardo Tagliaferro, mostra que o banco de dados da Polícia Civil de São Paulo foi utilizado para pesquisar informações sigilosas sobre o homem, como filiação, histórico criminal, endereço e telefone.Os dados foram solicitados por Macedo para Tagliaferro em 24 de fevereiro de 2023 e as informações foram passadas por relatórios intitulados Consulta – Polícia Judiciária SP e Registro Civil. Em seguida, o chefe da AEED envia também cópias de boletim de ocorrência em nome da pessoa que fora contratada para reformar o apartamento de Moraes.
Nessa pesquisa, eles descobrem um suposto homicídio na ficha criminal, levanta-se a possibilidade de ser homônimo, e então, após novas buscas, eles encontram o processo e o cumprimento de pena pelo prestador de serviço.
– Excelente. Agora sim. Vou passar ao chefe – escreveu Macedo após ter todos os documentos solicitados.
As conversas reveladas pelo jornal mostram que o órgão criado para combater a desinformação era usado também para questões que envolvem a segurança de Moraes. Em outra reportagem, as conversas apontavam o uso do banco de dados da polícia paulista para investigar as pessoas que ameaçavam o ministro e seus familiares.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) conta com a Secretaria de Segurança que é o órgão responsável pela segurança pessoal de cada um dos 11 magistrados. São policiais judiciais que fazem o trabalho, mas quando é necessário, a segurança ganha reforço com agentes de segurança de outras corporações.
Assim, a assessoria especial do TSE não tem nenhuma ligação com a segurança pessoal de qualquer ministro. E, em casos de ameaças, estes devem ser repassados para a Polícia Federal ou para as corporações estaduais.
Por: Leiliane Lopes
PLENO.NEWS