Folha sobre Moraes: “Não foram investigações espontâneas”

Em editorial, jornal destacou o que chamou de inaudita concentração de poder em um mesmo magistrado.

Alexandre de Moraes Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

Em editorial publicado, nesta quarta-feira (14), a Folha de S.Paulo voltou a se manifestar sobre as revelações de que o gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) teria usado de maneira não oficial a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para produzir relatórios sobre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o jornal “não foram investigações espontâneas, e isso deveria estar claro nos autos”.– O servidor da Justiça Eleitoral então confeccionava relatórios que, remetidos ao Supremo, sustentaram medidas de força decretadas por Moraes, como bloqueios de contas em redes sociais e multas. A verdadeira origem dos pedidos de investigação — o próprio gabinete de Moraes — não consta dos laudos produzidos no TSE. Não foram investigações espontâneas, e isso deveria estar claro nos autos – destacou a Folha.

Com o título Ordem informal fere devido processo legal, o texto do jornal pontua ainda que o ministro e a equipe eram origem não explícita de ordens para TSE investigar alvos que seriam objeto de sanção. Para a Folha, as revelações “deveriam merecer rigorosa atenção pública”.

– Trata-se de um desdobramento da inaudita concentração de poder em um mesmo magistrado, como ocorre no heterodoxo e interminável inquérito das fake news – defende o editorial.

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