Analista da CNN: ‘Lula está dando tempo para Maduro fraudar atas’

Lourival Sant’anna também diz que o petista tenta criar uma “falsa equivalência” entre o regime Maduro e a oposição.

Lourival Sant’anna comenta posição do Brasil em relação à Venezuela Foto: Frame de vídeo / CNN

Na avaliação do analista internacional da CNN Brasil, Lourival Sant’anna, a demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotar uma posição no tocante às eleições da Venezuela tem um objetivo concreto: dar tempo ao ditador Nicolás Maduro – seu aliado de longa data – para forjar novas atas de votação que apontem a sua falsa “vitória”.A declaração ocorreu na noite desta terça-feira (30). Na ocasião, Sant’anna comentava a notícia de que o Brasil está avaliando emitir uma nota conjunta com Colômbia e México sobre Venezuela, todos controlados por governos de esquerda. Os três países adotaram discursos similares de cautela, limitando-se a pedir “transparência”.

– Eles [Brasil, Colômbia e México] estão dando tempo para o regime do Maduro e para o Conselho Nacional Eleitoral limpar as provas das atas que dão a vitória para Edmundo González e substituí-las por atas forjadas. A oposição, que conhece muito bem como o regime opera, e eu também, que já cobri muitas eleições, esperamos que o regime vai apresentar, sim, atas que provam a “vitória” de Nicolás Maduro – disse Lourival.

Na sequência, ele afirma que o presidente brasileiro, o colombiano, Gustavo Petro, e o mexicano López Obrador querem criar uma ideia de que há uma “briga entre dois grupos”, propagando uma “falsa equivalência”.

– O que o presidente Lula, o Gustavo Petro, da Colômbia, e o Andrés Manuel López Obrador estão fazendo é dar tempo para o regime e também contribuir para a criação de uma ideia de que existe uma briga entre dois grupos. Foi essa palavra que o presidente Lula usou hoje. Ou seja, uma falsa equivalência entre um grupo que está sendo vítima de uma fraude eleitoral e um grupo que está cometendo essa fraude. É como dizer que a Ucrânia e a Rússia estão numa briga, quando a Ucrânia foi invadida pela Rússia – pontuou o especialista.

Ele ainda disse que ao dizer que a oposição deve simplesmente recorrer à Justiça, o presidente ignora o fato de que a Justiça venezuelana trabalha em favor do regime há oito anos e meio e cai no risco de tentar igualar o judiciário brasileiro ao venezuelano.

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