Jandira Feghali diz que Venezuela escolheu Maduro e deseja sucesso

“Cabe ao mundo respeitar”, afirmou deputada diante das suspeitas internacionais de fraude eleitoral.

Deputada Jandira Feghali Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva

Por meio de postagem no X feita nesta segunda-feira (29), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu a contestada vitória do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, embora defina a si própria como “defensora da democracia” na biografia do mesmo perfil. Segundo a parlamentar, o povo da Venezuela escolheu “soberanamente” os rumos que seu país deve tomar.

A declaração da congressista ocorre em um contexto de indícios de fraude eleitoral, contestação por parte da oposição e de diversos países. O próprio Brasil, regido pelo aliado de longa data de Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aguarda dados fundamentados que indiquem a lisura do pleito antes de reconhecê-lo.Na postagem, Feghali também atribuiu às sanções internacionais grande parte dos problemas enfrentados pelo país.

– A Venezuela compareceu às urnas ontem e Nicolás Maduro foi reeleito para mais um governo. O país enfrenta muitos problemas, muitos deles causados pelo bloqueio internacional, com graves consequências econômicas e sociais. Cabe ao povo venezuelano decidir internamente os caminhos que deseja tomar. E mais uma vez o fez, soberanamente. Agora, cabe ao mundo respeitar e reconhecer o resultado das urnas – pronunciou-se.

Na sequência, Feghali manifestou seus votos de sucesso ao “novo” governo – que assumiu em 2013 e, com o novo mandato, permanecerá até ao menos 2030, totalizando 17 anos.

– Desejo sucesso ao novo governo, que as dificuldades sejam superadas e que a estabilidade se restabeleça em clima de paz. Espero que todos se levantem contra o criminoso bloqueio – salientou.

ENTENDA
Na madrugada desta segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou a vitória do ditador venezuelano Nicolás Maduro, garantindo seu terceiro mandato consecutivo. No primeiro boletim oficial sobre o pleito, o órgão eleitoral afirmou que, com 80% da apuração total dos votos, Maduro tinha 51,2%, contra 44,2% do principal opositor, Edmundo González Urrutia.

Liderada por María Corina Machado e Urrutia, a oposição disse que não teve acesso às atas eleitorais e denunciou fraude, apontando que o CNE é controlado pelo governo chavista.

– Sabemos o que aconteceu hoje. Neste momento, temos mais de 40% das atas. Estamos recebendo todas as atas que o CNE transmitiu e todas as informações coincidem que Edmundo recebeu 70% dos votos e Maduro 30% dos votos, essa é a verdade. E essa é a eleição com a maior margem de vitória. Parabéns, Edmundo – declarou Corina.

Urrutia se pronunciou em seguida, garantindo que não descansará até que a vontade dos venezuelanos seja respeitada.

– Os venezuelanos e o mundo todo sabemos o que aconteceu hoje. Aqui foram violadas as normas já que não foram entregues todas as atas. Nossa mensagem de reconciliação segue vigente. Nossa luta continua e não descansaremos até que a vontade do povo de Venezuela seja respeitada – assinalou.

Até o momento, nove países solicitaram uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para debater as eleições venezuelanas. São eles: Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana. Os Estados Unidos manifestaram “preocupação”, e a Espanha pediu que as atas sejam divulgadas.

Por Thamirys Andrade

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