Seleção feminina amarga derrota de virada pro Japão na Olimpíada

Time precisará evitar repetir o vexame da última Copa do Mundo.

Jogadora Marta Foto: Rafael Ribeiro/CBF

A Seleção Brasileira feminina de futebol conseguiu se complicar nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ao levar dois gols do Japão nos acréscimos e levar a virada, no Parque dos Príncipes, por 2 a 1. A vitória parcial garantia vaga antecipada às quartas de final e agora, o time de Arthur Elias, que pouco produziu, terá de ganhar da Espanha, na próxima quarta-feira (31), às 12h no horário de Brasília.

O resultado poderia ter sido ainda pior, já que Lorena defendeu um pênalti no primeiro tempo e ainda trabalhou muito em jogo dominado pelas japonesas, sobretudo no segundo tempo, com enorme sufoco e resultado justo.

Arthur Elias terá de buscar ajustes no time verde e amarelo se não quiser amargar novo vexame, como a queda na fase de classificação na Copa do Mundo. O Brasil mostrou-se carente ofensivamente e cometeu diversas falhas defensivas que não poderão ser repetidas contra as fortes espanholas.

O Brasil entrou em campo no Parque dos Príncipes buscando a classificação antecipada às quartas de final. Diante de uma rival necessitando reação e que prometia não apenas se defender – caiu diante da Espanha -, a ordem era aproveitar as oportunidades para somar o segundo triunfo na Olimpíada depois do 1 a 0 na Nigéria e se garantir no mata-mata.

Seleção Brasileira feminina de futebol Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Yasmim apareceu na vaga de Tamires, machucada e substituída na estreia, na lateral-esquerda. Arthur Elias ainda mexeu em outras cinco posições em relação à escalação que superou as nigerianas no primeiro jogo. Marta, mais uma vez, era a esperança para desequilibrar diante de uma equipe bastante disciplinada, sobretudo defensivamente.

Jogando com postura extremamente ofensiva, as brasileiras deixaram espaço atrás e quase foram surpreendidas em um lance que começou com lançamento em velocidade da goleira Yamashita. Tanaka apareceu cara a cara com Lorena, mas acabou desviando para fora, desperdiçando gigante chance das asiáticas. Hasegawa ainda exigiu boa defesa de Lorena logo depois.

Mesmo assumindo o comando da partida e tendo maior iniciativa nos primeiros 45 minutos, o Brasil não conseguia criar um lance que inflamasse a torcida – o estádio estava lotado e com direito a “olá”. Para piorar, viu Marta ficar pendurada ao levar amarelo por pisão na rival e a árbitra anotar uma penalidade, aos 45 minutos, em toque de mão de Rafaelle após chute de Moriya. Tanaka pegou a bola, respirou fundo e bateu fraco e ruim, nas mãos de Lorena.

Vendo suas comandadas devendo futebol e passando sustos, Arthur Elias resolveu agir logo no intervalo e voltou com três novidades: Tarciane na vaga da amarelada Lauren, atrás, além de Jheniffer e Ludmila na frente para tentar furar o bloqueio asiático.

O Brasil necessitava de uma redenção em seu futebol, até então abaixo do esperado e bastante sem graça – não tinha exigido defesas de Yamashita. E a troca ofensiva de Arthur Elias resultou em gol logo aos 10 minutos. Lançamento de Marta para Ludmilla, às costas da marcação. A ponteira tocou para Jheniffer mandar às redes.

O jogo, enfim, ficou animado. Com o famoso lá e cá, era Japão buscando o empate e o Brasil criando para ampliar. Marta, mais recuada, distribuía bolas com categoria e ainda incentivava as companheiras, até com certo exagero:

– Vamos, p**** – gritou, mais de uma vez, a cada chegada das japonesas, pois queria uma marcação mais forte.

Apenas postado para acertar um contragolpe decisivo, o Brasil passou enorme sufoco nos minutos finais, com as zagueiras Rafaelle e Tarciane tendo enorme trabalho em seguidos cruzamentos ou mesmo lances de trocas de passes.

O jogo caminhava para o fim quando novo toque de mão, desta vez de Yasmim, resultou no segundo pênalti às japonesas. Desta vez quem bateu foi Kumagai, aos 46, deslocando Lorena e deixando tudo igual no marcador. O pior, porém, ainda estava por vir. Em passe errado de Rafaelle, aos 50 minutos, Tanikawa bateu de primeira para virar o jogo e complicar a vida das brasileiras, que mereceram o tropeço pela atuação apática.

*AE

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