Às vésperas de eleição, Polícia Federal brasileira monitora fronteira com a Venezuela
O setor de inteligência da Polícia Federal está monitorando de perto a situação em Pacaraima, fronteira do Brasil com a Venezuela, nos dias que antecedem a eleição venezuelana do próximo domingo (28).
Este pleito é considerado um dos mais importantes desde que Nicolás Maduro assumiu o poder há mais de uma década.
Somando-se à crescente tensão, a inteligência da PF vem realizando um escrutínio rigoroso das movimentações na fronteira. A Superintendência Regional da PF em Roraima está especialmente atenta, com agentes da Operação Acolhida preparados para um possível aumento no fluxo de venezuelanos fugindo para o Brasil.
Monitoramento das eleições venezuelanas
Venezuelanos se preparam para ir às urnas neste domingo, e a eleição promete ser crítica. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre 350 e 600 venezuelanos atravessam a fronteira diariamente, muitos em situação de vulnerabilidade.
No lado brasileiro da fronteira, esses cidadãos são cadastrados, recebem documentação e são encaminhados para abrigos ou ao encontro de familiares já residentes no Brasil. A situação tensa do processo eleitoral na Venezuela deixa as autoridades brasileiras em alerta.
Declarações de Maduro aumentam a tensão
Recentemente, Nicolás Maduro alertou que o país poderia cair em um “banho de sangue fratricida” caso seu partido não vença as eleições do dia 28 de julho. Ele reafirmou essa posição durante um comício na capital, Caracas, aumentando ainda mais a apreensão entre os venezuelanos.
Na outra ponta do espectro, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva comentou estar “assustado” com as falas inflamadas de Maduro. O presidente venezuelano respondeu com desdém: “quem se assustou que tome um chá de camomila”.
Observadores Internacionais
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não enviar observadores para acompanhar as eleições na Venezuela foi tomada após uma série de acusações de Maduro que questionavam o sistema eleitoral brasileiro. A decisão de não enviar observadores sublinha a desconfiança entre os países.
Adicionalmente, o ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, cancelou sua viagem para atuar como observador após um pedido do governo de Maduro. Fernández tinha afirmado que Maduro deveria deixar o poder caso perdesse, causando atrito diplomático.
Situação dos direitos humanos na Venezuela
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) declarou que as declarações de Maduro levantam sérias dúvidas sobre uma possível transferência de poder caso a oposição vença. De fato, o chefe de segurança da líder da oposição, María Corina Machado, foi preso recentemente. Além disso, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela barrou Machado de concorrer, acusando-a de supostas violações que ela nega.
Cenário pós-eleição
A tensão em torno dessas eleições levanta questões importantes sobre o futuro da Venezuela e o impacto sobre países vizinhos como o Brasil. Veja alguns cenários possíveis:
- Vitória de Maduro: Manutenção do status quo, possível intensificação da crise humanitária e aumento das migrações.
- Vitória da oposição: Potencial resistência do governo atual, possível instabilidade e incerteza sobre a transição de poder.
- Conflito civil: Caso extremo onde a não aceitação dos resultados eleitorais leva a um conflito interno.
Independentemente do resultado, as autoridades brasileiras seguem vigilantes. A futura relação entre Brasil e Venezuela, assim como a situação dos imigrantes, dependerá em grande medida de como os eventos se desenrolarem nos próximos dias.
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