Sabesp é privatizada por oferta histórica de R$ 14,8 bilhões

Fatia do governo paulista no capital da Sabesp caiu de 50,3% para 18%.

Tarcísio de Freitas Foto: Sérgio Barzaghi/Governo do Estado de SP

Na maior oferta de ações da história do setor de saneamento no país, a privatização da Sabesp foi concluída nesta quinta-feira (18), alcançando a cifra de R$ 14,8 bilhões. Desse total, R$ 6,9 bilhões serão desembolsados pela Equatorial, que arrematou 15% do capital da empresa ao preço de R$ 67 por ação.

O restante veio da oferta global, que foi encerrada nesta quinta e atraiu 310 investidores institucionais. Ao todo, foram vendidas 191,7 milhões de ações da companhia, mais um lote extra de 28,7 milhões também ao preço de R$ 67,00 por ação.Nesta quinta, foi feita a distribuição das ações entre os investidores que participaram da oferta. A demanda total do mercado pelo papéis da Sabesp chegou a R$ 187 bilhões, recorde para uma oferta pública no Brasil.

Esse número, porém, está inflado, porque investidores pediram bem mais ações do que pretendiam comprar, já prevendo que haveria rateio no final. Essa percepção de que “faltaria” papéis levou a uma disparada das ações da Sabesp na B3, que fecharam cotadas a R$ 82,00.

Da demanda total, 53% foram ordens de investidores estrangeiros – fundos de países da Ásia, da Europa, do Oriente Médio e dos Estados Unidos – e o restante de gestoras locais. Segundo agentes do mercado, a demanda veio de fundos de infraestrutura, que investem em água, utilities (prestadoras de serviços em energia e saneamento) e que adotam práticas sustentáveis (ESG).

Para chegar até esses investidores, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, foram ao exterior, para reuniões (roadshows) nos Estados Unidos, em Londres, Zurique, Miami, Paris e Genebra.No Brasil, houve encontros em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Ao todo, cerca de 270 investidores (140 locais e 130 internacionais) participaram dessas conversas.

Em fevereiro de 2023, a gestão Tarcísio de Freitas iniciou os estudos para os processos de desestatização. Em dezembro, o projeto de lei da privatização da Sabesp foi aprovado, começando então a preparação da venda, que durou quase oito meses. Com a venda concluída, a fatia do governo paulista no capital da Sabesp caiu de 50,3% para 18%.

SOLENIDADE NA B3
A liquidação das ofertas de compra será na próxima segunda (22), na B3, onde deverá ocorrer também a solenidade para marcar a privatização da companhia com a presença do governador Tarcísio de Freitas e da secretária Natália Resende, além de representantes dos bancos coordenadores da operação.

A oferta de ações da Sabesp teve como coordenador principal o BTG Pactual, além de Itaú BBA, Citi, Bank of America e UBS BB. Também participaram o Bradesco BBI, Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, JSafra, Santander e a XP.

A privatização da Sabesp prevê compromisso de investimentos da ordem de R$ 70 bilhões até 2029 para universalização dos serviços de água e esgoto no estado de São Paulo. A Equatorial também não poderá investir em áreas ou outros locais que concorram com a Sabesp, nem vender suas ações até lá. Além da Equatorial, nomes como a gestora IG4, a francesa Veolia, Aegea, Cosan, os canadenses da Brookfield e o grupo Votorantim chegaram a avaliar a participação na privatização.

Para pagar os R$ 6,9 bilhões ao governo de São Paulo, a Equatorial conseguiu um empréstimo-ponte com quatro bancos e prazo de 18 meses. Em paralelo, fez uma emissão de notas comerciais, liquidadas na última terça (16), e que serão dadas como garantia aos empréstimos. Os bancos participantes da emissão das notas são Itaú BBA, Safra, UBS BB e Bradesco BBI.

*AE

PLENO.NEWS

ranoticias.com

Deixe uma resposta