Gerentes da Caixa perdem cargos após vetarem operação “atípica”
Caso envolve operação de compra de um lote de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master.
Dois gerentes da Caixa Econômica Federal perderam seus cargos na institutição financeira após se manifestarem contra uma operação de compra de um lote de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master, que foi considerada “atípica” e “arriscada” em um parecer sigiloso do banco estatal. O caso foi divulgado pela coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo.
De acordo com o veículo, que teve acesso ao documento, a área de renda fixa da Caixa Asset, o braço de gestão de ativos do banco estatal, desaconselhou a operação por considerá-la “arriscada” tanto em razão do valor quanto por causa do rating do Banco Master, instituição formada a partir do Banco Máxima, que tem entre os acionistas os empresários Daniel Vorcaro, Maurício Quadrado e Augusto Ferreira Lima.
Quatro dias depois da emisão do parecer, os gerentes Daniel Cunha Gracio, de renda fixa, que assina o documento, e Maurício Vendruscolo, de renda variável, que também deu aval à recomendação, perderam seus cargos. Nos bastidores da Caixa, o movimento foi interpretado como uma tentativa de retaliação e de eliminar as resistências internas à operação.
À coluna de Malu Gaspar, a Caixa Asset não revelou se pretende manter a operação de compra de R$ 500 milhões em letra financeira do Banco Master, mas se limitou a informar que “as operações em negociação são sigilosas e ocorrem de acordo com a estratégia da empresa”. Sobre a saída dos gerentes, o braço do banco disse que “não faz parte da política da empresa nenhum tipo de retaliação”.
No final do ano passado, diante da pressão do Centrão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cedeu e passou o comando do banco para o líder do bloco, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Lira, por sua vez, dividiu a cúpula do banco entre partidos aliados, incluindo o braço da gestão de fundos.
Por: Paulo Moura
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