Ludmila Grilo chama de “migué jurídico” crime imputado no 8/1.
Ex-juíza fez críticas a acusações feitas contra réus pelos atos de janeiro de 2023.
A ex-juíza do Tribunal de Justiça de Minas Gerais Ludmila Lins Grilo teceu críticas ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e chamou o crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito de “migué jurídico”. O discurso ocorreu no último domingo (30), no Congresso Conservador Brasileiro, em Framingham, no estado de Massachusetts (EUA).
Em sua fala, Ludmila disse que na Avenida Paulista, em São Paulo, é mais seguro para realizar manifestações políticas do que em Brasília, pois na capital paulista não há a presença dos Três Poderes como no Distrito Federal e isso impossibilita que os protestos sejam classificados como delitos.– Lá não tem STF, não tem Palácio do Planalto. Lá ninguém vai poder te acusar de golpe de Estado, de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que é o migué jurídico – afirma a ex-juíza.
Fazendo referência aos atos de 8 de janeiro de 2023, a ex-juíza disse que os acusadores sabem que não houve crime na ocasião.
– Eles sabem que isso é um migué jurídico e o próprio Gilmar Mendes falou isso em entrevista lá em Portugal e achou que ninguém ia saber. Mas, hoje em dia, todo mundo tem iPhone e todo mundo viu. Todo mundo sabe que você é um cínico – declarou.
Ludmila Lins Grilo foi afastada do cargo de juíza em fevereiro de 2023 após fazer críticas ao chamado Inquérito das Fake News, que tramita na Suprema Corte sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Em maio do mesmo ano, a magistrada foi aposentada compulsoriamente.
*Com informações AE
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