Exame de sangue pode prever Mal de Parkinson 7 anos antes.
O uso de inteligência artificial seria imprescindível para este avanço.
Um exame de sangue e o uso de inteligência artificial poderiam prever o início da doença de Parkinson até sete anos antes do surgimento dos sintomas, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (18), na revista Nature Communications.
Uma equipe da University College London e do University Medical Center Göttingen, na Alemanha, procurou novos e melhores biomarcadores da doença de Parkinson e os desenvolveu em um teste que poderia ser aplicado em qualquer grande laboratório.
Usando o aprendizado de máquina, um ramo da inteligência artificial, eles analisaram oito biomarcadores sanguíneos cujas concentrações são alteradas em pacientes com Parkinson e o sistema forneceu um diagnóstico com 100% de precisão.
A próxima etapa foi comprovar se o teste também poderia prever a probabilidade de uma pessoa desenvolver a doença.
Os pesquisadores analisaram o sangue de 72 pacientes com distúrbio comportamental de movimento rápido dos olhos (iRBD), uma vez que de 75% a 80% das pessoas com iRBD desenvolverão uma sinucleinopatia (um tipo de distúrbio cerebral causado pelo acúmulo anormal de uma proteína chamada alfa-sinucleína nas células cerebrais), incluindo a doença de Parkinson.
Quando a ferramenta de aprendizado de máquina analisou o sangue desses pacientes, identificou que 79% dos pacientes com iRBD tinham o mesmo perfil de alguém com doença de Parkinson.
Os pacientes foram acompanhados por dez anos e a equipe previu corretamente que 16 pacientes desenvolveriam a doença e o fez até sete anos antes do início de qualquer sintoma.
Os pacientes que foram previstos para desenvolver Parkinson ainda estão sendo acompanhados para verificar ainda mais a precisão do teste.
– Ao determinar oito proteínas no sangue, podemos identificar possíveis pacientes com Parkinson com vários anos de antecedência. Isso significa que as terapias medicamentosas poderiam ser administradas em um estágio anterior, possivelmente retardando a progressão da doença ou até mesmo evitando que ela ocorra – disse Michael Barlt, do University Medical Center Göttingen.
– Os marcadores usados para diagnosticar a doença estão diretamente relacionados a processos como a inflamação e a degradação de proteínas não funcionais, de modo que também representam alvos potenciais para novos tratamentos medicamentosos – acrescentou Barlt.
A equipe espera obter financiamento para criar um teste mais simples, em que uma gota de sangue possa ser colocada em um cartão e enviada ao laboratório para investigar se ele pode prever a doença ainda mais cedo do que sete anos antes do início dos sintomas neste estudo.
A doença de Parkinson é o distúrbio neurodegenerativo de crescimento mais rápido do mundo, afetando atualmente quase 10 milhões de pessoas no planeta.
É causada pela morte ou deterioração das células nervosas na parte do cérebro que controla os movimentos, que perde a capacidade de produzir dopamina, devido ao acúmulo da proteína alfa-sinucleína.
Atualmente, os portadores da doença são tratados com terapia de reposição de dopamina quando já desenvolveram sintomas, como tremores, lentidão nos movimentos e no ato de andar, além de problemas de memória.
Os pesquisadores acreditam que a previsão e o diagnóstico precoces seriam valiosos para encontrar tratamentos que pudessem retardar ou interromper a doença, protegendo as células cerebrais produtoras de dopamina.
*EFE
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