STF paga policiais para ministros passarem Réveillon nos EUA.
Corte alegou “questões de segurança” para não revelar detalhes sobre viagens aos EUA no final do ano passado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) pagou quase R$ 200 mil em diárias para quatro policiais federais acompanharem ministros em viagens no fim do ano passado aos Estados Unidos, mas não quis revelar quais magistrados foram ao país norte-americano com seguranças bancados pelo dinheiro público. As informações sobre o gasto foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o veículo, dois seguranças receberam R$ 50,9 mil em diárias cada um para ficar nos Estados Unidos de 20 de dezembro do ano passado a 9 de janeiro deste ano. Já outros dois ganharam R$ 49 mil para ficar um dia a menos, iniciando a viagem em 21 de dezembro. No total, foram gastos R$ 199,8 mil.Questionada pelo jornal sobre as viagens, a Corte disse que, “por questões de segurança”, não divulgaria quais ministros foram aos Estados Unidos com seguranças pagos pelo tribunal. Ao ser perguntado como a revelação da informação afetaria a segurança dos magistrados, o STF respondeu o seguinte:
– A Secretaria de Segurança do STF é responsável por zelar pelos ministros, e a equipe mensura os riscos conforme as circunstâncias do local, os modos e meios de cada ministro. Assim, é definida a quantidade de agentes que acompanhará determinado ministro em quaisquer agendas – declarou.
E prosseguiu:
– Destaca-se que os ministros são protegidos, caso necessário, em agendas institucionais ou não, porque o risco não ocorre somente na agenda institucional. Tal procedimento é mundial para as autoridades públicas – reforçou.
A assessoria do STF disse também que a contratação de segurança no exterior custa mais do que a concessão de diárias a servidores, e que “a despesa com segurança no exterior é necessária em razão do aumento de ataques e incidentes envolvendo os magistrados fora do país”.
GASTOS DE TOFFOLI
Recentemente, a Folha divulgou que o ministro Dias Toffoli gastou R$ 99,6 mil de recursos públicos em diárias para o exterior com um segurança. A quantia corresponde a 25 diárias internacionais, de 23 de abril até 17 de maio. O servidor em questão, que é lotado no gabinete do magistrado, o acompanhou em viagens para Londres, no Reino Unido, e Madri, na Espanha.
No entanto, após a divulgação, o STF tirou do ar sua página de transparência, na qual constam informações sobre diárias e passagens pagas para viagens de servidores. Ao justificar a derrubada da página, a Corte disse que teria constatado “inconsistências e duplicação de dados”, além de “exposição equivocada de nomes de agentes de segurança que acompanharam ministros”.
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