Israel critica Espanha e restringe atuação consular com palestinos.

País europeu reconheceu o Estado palestino e provocou a ira do governo israelense.

Bandeiras da Espanha e Israel Fotos: Pexels

O Ministério das Relações Exteriores de Israel ordenou, nesta segunda-feira (27), que o consulado da Espanha em Jerusalém deixe de prestar serviços consulares a partir de 1º de junho aos palestinos “residentes sob a Autoridade Palestina”, ou seja, na Cisjordânia, em represália ao reconhecimento do Estado palestino.

Em uma nota diplomática enviada à embaixada espanhola, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, formaliza essa proibição, que anunciou na última sexta (24) como punição pelo reconhecimento do Estado palestino pela Espanha, que será oficializado nesta terça (28), e por causa das declarações da vice-presidente do governo, Yolanda Díaz, que encerrou um discurso com o slogan pró-palestino “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, que Israel considera antissemita.

– Estamos no ano de 2024, os dias da Inquisição acabaram. Hoje nós, judeus, temos um Estado soberano e independente e ninguém nos forçará a converter nossa religião ou ameaçará nossa existência. Quem nos prejudicar, nós prejudicaremos – declarou Katz em comunicado anunciando formalmente as primeiras “medidas punitivas contra a Espanha”.

De acordo com essas medidas, Israel proíbe o consulado da Espanha em Jerusalém de “realizar atividades consulares ou prestar serviços consulares a residentes sob a Autoridade Palestina”, embora tenha esclarecido que a medida não se aplica a pessoas com nacionalidade espanhola.

A Espanha tem sua embaixada em Israel em Tel Aviv, mas mantém um consulado em Jerusalém desde antes de 1948, que há décadas funciona como uma embaixada de fato para os palestinos e mantém relações diplomáticas com a Autoridade Nacional Palestina (ANP).

A proibição deve entrar em vigor a partir de 1º de junho de 2024, caso contrário, o ministério “tomará medidas adicionais”.

Katz publicou neste domingo (26), em sua conta na rede social X, um vídeo com imagens clichês da Espanha, no qual dois atores parodiam dançar flamenco, intercaladas com imagens do ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro; acompanhado da mensagem “O Hamas agradece seus serviços”, mencionando o presidente do governo, Pedro Sánchez.

O ministro das Relações Exteriores da Espanha classificou ontem a montagem como “escandalosa” e “execrável” em entrevista coletiva conjunta em Bruxelas com o primeiro-ministro da ANP, Mohamad Mustafa.

A Espanha, junto com República da Irlanda e Noruega, anunciou na última semana que reconhecerá o Estado palestino, o que provocou a ira de Israel, que imediatamente chamou seus embaixadores nesses três países para consultas e convocou seus representantes diplomáticos para uma “reprimenda”.

*EFE

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