Rio Grande do Sul já tem 800 casos suspeitos de leptospirose.
Estado já registrou 54 casos confirmados e quatro mortes pela doença.
As enchentes que vêm afetando centenas de cidades do Rio Grande do Sul desde o início de maio, e que já deixaram 163 mortos no estado, também têm trazido uma outra preocupação para a população: a leptospirose. A doença, que é transmitida por meio da água contaminada pela urina de ratos, já alcançou a marca de 800 casos suspeitos em território gaúcho até este sábado (25).
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), já são 54 casos confirmados e quatro mortes identificadas no Rio Grande do Sul. Além destes, ainda há outros quatro óbitos sendo investigados no estado, nas cidades de Encantado, Sapucaia do Sul, Viamão e Tramandaí. Os exames são feitos pelo Laboratório Central (Lacen) gaúcho.QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA LEPTOSPIROSE?
De acordo com o Ministério da Saúde, as manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas até quadros graves, associados a manifestações fulminantes. São divididas em duas fases: fase precoce e fase tardia.
Principais sintomas da fase precoce:
– Febre;
– Dor de cabeça;
– Dor muscular, principalmente nas panturrilhas;
– Falta de apetite;
– Náuseas/vômitos.
Além disso, pode ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival (na região dos olhos), fotofobia, dor ocular, tosse, manchas vermelhas na pele, aumento do fígado e/ou baço e aumento de linfonodos (gânglios presentes principalmente no pescoço, axilas e virilhas).
Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que normalmente iniciam-se após a primeira semana de doença.
Nas formas graves, a manifestação clássica da leptospirose é a síndrome de Weil, caracterizada por icterícia (tonalidade alaranjada ou amarelada muito intensa na pele), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar. Pode haver necessidade de internação hospitalar.
Manifestações na fase tardia:
– Síndrome de Weil: ocorrência simultânea de icterícia, insuficiência renal e hemorragias;
– Síndrome de hemorragia pulmonar: lesão pulmonar aguda com sangramento;
– Comprometimento pulmonar: tosse seca, dispneia, expectoração;
– Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA);
– Manifestações hemorrágicas: pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central;
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico parte de uma suspeita clínica. O médico analisa o quadro e indica um teste sorológico, feito a partir da coleta de sangue no qual é verificado se há presença de anticorpos para leptospirose (exame indireto) ou a presença da bactéria (exame direto).
EXISTE TRATAMENTO?
Sim. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial e com muita hidratação. Já nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, como forma de diminuir as complicações e a letalidade. Os cuidados do paciente também vão depender das complicações associadas ao quadro.
Além disso, o Ministério da Saúde afirma que, ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso de antibióticos é indicado em qualquer período da doença, mas a eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.
Na fase precoce, são utilizados doxiciclina ou amoxicilina; para a fase tardia: penicilina cristalina, penicilina G cristalina, ampicilina, ceftriaxona ou cefotaxima. A automedicação deve ser evitada em qualquer um dos casos, leves ou graves.
*Com informações AE
PLENO.NEWS