Estadão: Gestão Lula soma erros constrangedores na segurança.

Para jornal, governo aposta em ações ineficazes e espalhafatosas para criar falsa sensação de atuação contra o crime.

Lewandowski ao lado de Lula e Flávio Dino Foto: PR/Ricardo Stuckert

Em editorial intitulado Um Governo que Atira a Esmo, o jornal O Estado de São Paulo apontou uma “constrangedora soma de erros e fragilidades” da gestão Lula (PT) no que diz respeito à segurança pública.

No texto, publicado nesta quinta-feira (9), o periódico descreve o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino como “animador de auditório” e celebra sua saída do comando da pasta. Por outro lado, apesar de considerar o novo ministro, Ricardo Lewandowski, “discreto” e qualificado, o jornal afirma que o governo segue “errático”.

– Numa área especialmente sensível para a população e historicamente desprezada pelo PT, até se abriu uma boa janela de oportunidade com a transferência do então ministro da Justiça e Segurança Pública, o animador de auditório Flávio Dino, para uma cadeira no STF, e sua substituição pelo discreto Ricardo Lewandowski (…), trocando o histrionismo populista de um para a desejada qualificação técnica e o comedimento de outro. O estilo do titular pode ter mudado, mas o governo continua errático no enfrentamento daquele que é hoje, segundo pesquisas, o principal problema nacional na opinião da população – observou.

Como exemplo, os autores do editorial apontam a prorrogação da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro, medida que, segundo o jornal, é considerada “ineficaz” por especialistas.

– Na prática, confirmaram-se os prognósticos mais desabonadores: alto custo financeiro, uso indevido das Forças Armadas, volume e qualidade de apreensões questionáveis e uma descabida teatralidade para a tal “asfixia”, enquanto o crime se mostra muito mais preparado para driblar as autoridades do que faz crer a fiscalização com local e hora marcados – aponta.

Para o Estadão, a GLO de Lula mostra que as ações do governo petista no tocante à segurança pública resumem-se a uma “grande farsa”.

– O espalhafato na segurança pública costuma ser um atalho providencial para lideranças movidas por mero cálculo político-eleitoral. Rende boas imagens, produz barulho e gera a falsa sensação de que o governo está trabalhando contra o crime – acrescentou.

“RECOMEÇO”
Por outro lado, o jornal demonstrou expectativas em relação às ideias do secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, e afirma que elas proporcionam uma “inquietante sensação de recomeço”.

– A partir de sua experiência como procurador-geral de Justiça de São Paulo, Sarrubbo demonstrou apostar na estratégia de asfixia financeira das facções, no reforço das equipes de investigação de crimes e no aumento dos efetivos das polícias estaduais. Para ele, isso exige inteligência, melhora nos índices de esclarecimento de crimes e baixa letalidade policial. Difícil discordar. É um bom cardápio de ideias, especialmente num governo que costuma acreditar que a prevenção e o combate à criminalidade são sinônimos de truculência a serviço das elites nacionais – assinalou.

Por: Thamirys Andrade

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