X remove Brasil dos países onde anúncios políticos são permitidos.

Exclusão do Brasil ocorreu dois meses após uma determinação do TSE relacionada às eleições deste ano.

Fachada do edifício sede do TSE Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A rede social X retirou o Brasil da lista de países em que é permitida a veiculação de anúncios de conteúdo político. A mudança ocorreu na semana em que venceu o prazo estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as plataformas se adequarem às novas regras que vão vigorar nas eleições municipais de outubro deste ano.

Até a última segunda-feira (29), o Brasil estava presente entre os países nos quais o X permite a veiculação de anúncios de conteúdo político. O país já não constava na lista de permissão para anúncios de campanha política.

Sem o Brasil, a listagem de nações onde anúncios políticos podem ser veiculados no X é formada por 13 países. São eles: África do Sul, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Indonésia, Israel, Japão, México, Peru e Reino Unido.

A exclusão do Brasil da lista ocorreu no limite do prazo de 60 dias estabelecido pelo TSE para que as redes sociais e as big techs aderissem a uma determinação do Plenário da Corte. No dia 1° de março, passou a vigorar a resolução n° 23.732, que obriga os provedores de propagandas pagas na internet a “manter repositório desses anúncios para acompanhamento, em tempo real, do conteúdo, dos valores, dos responsáveis pelo pagamento e das características dos grupos populacionais que compõem a audiência”.

O TSE também exigiu a disponibilização de uma “ferramenta de consulta, acessível e de fácil manejo, que permita realizar busca avançada nos dados do repositório”. O X não foi o primeiro serviço a decidir proibir os anúncios com teor político. Desde o início deste mês, o impulsionamento desse tipo de conteúdo também é impedido em todas as plataformas do Google.

DECISÃO OCORREU APÓS EMBATE DE MUSK E MORAES
No início de abril, Elon Musk, que é dono da rede social X, fez uma série de críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE. Musk utilizou a sua rede social para acusar Moraes de infringir a Constituição brasileira e de promover a censura em decisões judiciais. O bilionário também chamou o magistrado de “ditador” que tem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “na coleira”.

Em resposta, o ministro incluiu o empresário como investigado no inquérito das milícias digitais por “dolosa instrumentalização” do X. No último dia 17, a ala republicana da Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre a “censura do governo brasileiro” à plataforma de Musk.

Após a divulgação do relatório pelos deputados dos Estados Unidos, a Polícia Federal (PF) afirmou que a rede social de Musk flexibilizou restrições a perfis bloqueados por ordem do STF. Segundo a corporação, o X vem permitindo que as contas façam transmissões ao vivo na plataforma.

A rede social, porém, disse ao Supremo que não flexibilizou restrições a perfis bloqueados por ordem judicial. De acordo com a plataforma, o que ocorreu foi uma “falha técnico-operacional” e “providências” para corrigir o problema foram solicitadas pela empresa.

*AE

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