Após negativas, Justiça manda prender motorista de Porsche.
Decisão foi tomada pelo desembargador João Augusto Garcia.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou nesta sexta-feira (3) a prisão preventiva do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, que causou a morte de um motorista de aplicativo no mês passado. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público.
O desembargador João Augusto Garcia justificou que a medida é necessária para garantir a ordem pública, preservar a investigação e evitar a “reiteração delitiva”. Ele mandou expedir o mandado de prisão com urgência. A fiança que o empresário já pagou não será devolvida.
A decisão alerta para o risco de “manipulação de provas”. O desembargador afirma que uma das testemunhas mudou a versão após ter contato com o empresário. Também destaca que ele não foi encontrado no hospital onde disse à Polícia que estaria ao deixar o local do acidente.
O histórico do empresário também pesou na decisão. O desembargador destaca que ele havia recuperado a permissão para dirigir dias antes do acidente, após a suspensão do registro por multas de excesso de velocidade.
– Em havendo indicativos de que, mesmo instado por pessoas a não dirigir, por seu estado [indicado ainda pelo frentista Reinaldo, que viu o réu sair cambaleando], fazem crer na possibilidade de reiteração em descumprimento de normas, devendo o poder judiciário estar atento quanto ao resguardo da ordem pública, prevalecendo, nesse momento, o interesse coletivo, em detrimento do individual – diz a decisão.
SOBRE O FATO
Câmeras flagraram, no dia 31 de março, Fernando dirigindo seu Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, quando bateu na traseira do Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. De acordo com a Polícia Técnico-Científica, o Porsche do empresário transitava a 156,4 km/h e bateu na traseira do Sandero a 114,8 km/h. O limite de velocidade da via onde a colisão aconteceu é de 50 km/h. Ornaldo morreu na hora.
*AE