Empresa israelense vence edital de venda de blindados ao Brasil.
Elbit Systems conquistou a licitação para fornecer 36 veículos blindados de obuseiro de 155 mm.
O Exército divulgou, nesta segunda-feira (29), que a empresa israelense Elbit Systems conquistou a licitação para fornecer 36 veículos blindados de obuseiro de 155 mm — um tipo de canhão de longo alcance e precisão.
O valor da compra é próximo de R$ 1 bilhão, de acordo com informações de generais ao jornal Folha de S.Paulo. Existe preocupação de que a licitação, que se estendeu por quase dois anos, possa enfrentar obstáculos devido a questões geopolíticas, visto que o governo Lula tem feito críticas à atuação de Israel no conflito com o grupo terrorista Hamas.
O armamento israelense faz parte de um projeto denominado Atmos. A expectativa é que os obuseiros sejam entregues ao longo de um período de oito anos, considerando que o orçamento para investimentos do Exército tem diminuído e atingido os piores níveis da década.
A Elbit Systems superou concorrentes da França, China e Eslováquia na fase final da disputa.
Militares que falaram com a Folha sob condição de anonimato destacaram que o principal ponto forte da empresa israelense é sua presença no Brasil por meio de subsidiárias, que possuem capacidade para fabricar munições de 155 mm e oferecer suporte logístico.
As fábricas brasileiras envolvidas são a Ares Aeroespacial e Defesa e a AEL Sistema, com unidades no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Contratar a empresa de Israel, dessa forma, poderia impulsionar a base industrial de defesa brasileira.
O resultado da licitação foi anunciado com a convocação da Elbit Systems para assinar o contrato inicial no dia 7 de maio.
Há preocupação por parte da cúpula militar de que Lula possa vetar a compra, seguindo a tendência de veto sistemático que tem sido observada em relação à exportação de munições e armamentos brasileiros para a Ucrânia.
Apesar de a posição da diplomacia brasileira ser distinta nos conflitos do Leste Europeu e da Faixa de Gaza, há setores do governo e membros do PT que acompanhavam a licitação bilionária do Exército com cautela.
Por: Marcos Melo
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