Irã insiste que não quer guerra no Oriente após ataque a Israel.
País alega ter agido “com o objetivo de criar dissuasão” e que nações deveriam “apreciar sua moderação”
O Irã insistiu, nesta segunda-feira (15), que não procura aumentar a tensão no Oriente Médio e disse que o ataque contra Israel foi “necessário, proporcional e dirigido a alvos militares” para criar “capacidade de dissuasão”.
– O Irã não procura aumentar a tensão na região – disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Naser Kanani, durante entrevista coletiva em Teerã.
O diplomata afirmou que Teerã agirá “mais forte do que nunca para dissuadir e punir o agressor por qualquer ação ilegal e irracional”, apesar de seu país aderir aos princípios da Carta das Nações Unidas e ao direito internacional.
– A ação da República Islâmica do Irã foi necessária e proporcional e foi dirigida a alvos militares – disse Kanani.
Em sua fala, ele criticou ainda a falta de ação do Conselho de Segurança da ONU e de Estados Unidos, Reino Unido e França no ataque contra o consulado iraniano em Damasco no último dia 1°.
Nesse ataque morreram seis sírios e sete membros da Guarda Revolucionária, incluindo o líder das Forças Quds para a Síria e o Líbano, o general de brigada Mohammad Reza Zahedi. Eles acusam Israel de ter promovido o bombardeio.
– O Irã agiu com o objetivo de criar dissuasão e prevenir a repetição do crime do regime sionista [Israel] e defender sua segurança e interesses nacionais – diante da falta de ações internacionais, disse Kanani.
Por fim, perante possíveis reações dos países ocidentais e apelos à imposição de novas sanções contra o Irã, Kanani afirmou que deveriam “apreciar a moderação” de Teerã. Tais nações, porém, consideram a ação do país desproporcional.
– Esses países, em vez de adotarem uma ação ilógica, deveriam apreciar a moderação do Irã nos últimos meses e o comportamento responsável do Irã em relação à segurança e à paz – alegou o diplomata.
Após o ataque com mísseis e drones contra Israel, o Irã lançou uma ofensiva diplomática com conversações com ao menos nove países aos quais transmitiu que o objetivo de Teerã era um impedimento e que responderão às novas agressões israelenses.
Assim, o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, manteve conversas com os seus homólogos de Rússia, Catar, Índia, Malta, Egito, Arábia Saudita, Síria, Turquia e União Europeia nas horas que se seguiram ao ataque.
*EFE