Neste fim de semana, o Talibã anunciou que retomará o açoite e o apedrejamento de mulheres até a morte em caso de adultério, além de outras punições públicas. Em áudio transmitido pela Rádio Nacional Televisão do Afeganistão, o grupo terrorista afirma que representa Alá, enquanto os contrários a ele representam Satanás.

– Vocês podem chamar de violação dos direitos das mulheres o fato de apedrejá-las ou açoitá-las publicamente por cometerem adultério, porque isso entra em conflito com seus princípios democráticos. [Mas] eu represento Alá, e vocês representam Satanás – disse o líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada.

O grupo afirma que o trabalho do Talibã “não terminou com a tomada de Cabul, apenas começou”, e que eles lutarão contra as influências ocidentais. Eles pediram que as pessoas assistam às execuções como uma “lição”, mas proibiu que as cenas sejam gravadas ou fotografadas.

Diretora da organização afegã Women’s Window of Hope (Janela de Esperança das Mulheres, em tradução livre), Safia Arefi disse à BBC Londres que o silêncio da comunidade internacional diante dessas violações aos direitos humanos faz com que o Talibã sinta-se encorajado. Ela adverte que se não houver reação, cada vez mais atrocidades serão cometidas.

– Há dois anos, eles não tinham a coragem que têm hoje para jurar apedrejar mulheres até a morte em público; agora eles têm – apontou.

Thamirys Andrade

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