Ipam constata aumento de 433% de queimadas na Amazônia.

(VALTER CAMPANATO / AGÊNCIA BRASIL)

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) apontou um aumento de 433% de queimadas na Amazônia no primeiro bimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o Instituto, a região concentrou 93% da área queimada em todo o país nos primeiros dois meses do ano. O Instituto mantém no seu Conselho Honorário a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A notícia divulgada pelo site Gazeta do Povo:

“Ao todo, 1,8 milhões de hectares foram queimados – um aumento de 433% em relação ao primeiro bimestre de 2023. Em fevereiro, a área queimada chegou a 898 mil hectares, a maior área queimada no mês desde que o Monitor do Fogo começou a monitorar os incêndios no bioma em 2019. A maior parte do que queimou na Amazônia foi de vegetação nativa, com destaque para as formações campestres, que corresponderam a 47% de toda a área queimada em 2024. As pastagens foram a classe de uso da terra que mais foi impactada pelo fogo, com 17% da área total queimada na Amazônia em fevereiro de 2024, correspondendo a 158 mil hectares”, afirma o Instituto em comunicado divulgado na segunda-feira (25).

Os dados divulgados pelo Ipam foram gerados pelo Monitor do Fogo, uma plataforma da rede MapBiomas Fogo coordenada pelo próprio Instituto.

Aumento ocorreu em todos os biomas do Brasil

O Ipam também apontou um aumento de 410% nas queimadas em todo o país no mês de fevereiro de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado e disse que o aumento do fogo se deve, em parte, ao avanço das chamas em Roraima, estado que já registrou 1 milhão de hectares queimados em 2024, o que corresponde a 54% de toda a área afetada no país.

Pará e Amazonas registraram, respectivamente, 475 mil e 136 mil hectares queimados. Juntos, os três estados amazônicos (Pará, Amazonas e Roraima) respondem por 85% de toda a área afetada em 2024.

“O aumento das queimadas no Estado de Roraima está diretamente relacionado ao período de seca que ocorre entre os meses de dezembro e abril, que foi agravado pelo fenômeno do El Niño. A maior parte da vegetação afetada pelas queimadas em Roraima ocorre no lavrado, região caracterizada pela presença de vegetação campestre. Esse ecossistema é especialmente vulnerável ao fogo durante o período final da janela de queima, quando as condições climáticas e a própria natureza da vegetação favorecem a propagação do fogo”, disse o pesquisador do Ipam, Felipe Martenexen.

O Ipam ainda informou um aumento de 152% de queimadas no Cerrado no início do ano, atingindo uma área de 61 mil hectares.

O comunicado do Ipam corrobora com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em fevereiro que apontaram o pior número de queimadas no Brasil desde que os números começaram a ser medidos pelo Inpe em 1999.

Jornal do Agro Online

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