Novo depoimento de Mauro Cid à PF durou mais de 9 horas.
Militar foi intimado a esclarecer pontos considerados contraditórios em sua delação.
O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento, nesta segunda-feira (11), na sede da Polícia Federal em Brasília. O militar foi intimado mais uma vez para esclarecer pontos de sua delação premiada que os investigadores consideram contraditórios ou incompletos. Ele chegou para depor às 15h, e seguia na sede da PF até a noite desta terça (10).
O depoimento ocorre após a abertura da fase ostensiva da Operação Tempus Veritatis – que mira suspeita de conspiração por parte do ex-presidente, de ex-ministros e aliados militares – e a tomada de depoimentos de vários investigados. Intimado, Bolsonaro se calou diante dos investigadores.
De outro lado, o ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes alegou à PF ter participado de reuniões, com Bolsonaro, nas quais foi discutida uma minuta que previa a realização de novas eleições após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e até a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em setembro do ano passado, o tenente-coronel saiu da prisão após fechar delação com a PF. O depoimento dele serviu de base para a Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro.
Nesta segunda (9), Cid seria questionado sobre o depoimento de Freire Gomes. O ex-chefe do Exército foi ouvido por quase oito horas no dia 1° de março, na sede da PF em Brasília. Segundo o jornal O Globo, o general disse aos policiais que Bolsonaro lhe apresentou a “minuta de golpe” pessoalmente e defendeu levar o plano adiante. O ex-presidente nega.
A versão de Freire Gomes estaria contradizendo trechos da delação de Cid que vieram a público. Segundo o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro recebeu a minuta do ex-assessor da Presidência Filipe Martins, mas não falou em pôr em prática. Antes do depoimento, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, havia dito que acreditava em uma audiência tranquila, já que o tenente-coronel responderia a todas as perguntas.
*AE