Escritório da ONU confirma saída de funcionários da Venezuela.

Saída ocorreu após o ditador Nicolás Maduro dizer que o gabinete da entidade no país “se transformou em um escritório de espionagem interna”.

Nicolás Maduro Foto: EFE/ Prensa Miraflores

Os 13 funcionários do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) na Venezuela já deixaram o país e estão no Panamá para continuar seu trabalho a partir dali, segundo confirmou nesta terça-feira (20) à Agência EFE a porta-voz da organização, Marta Hurtado, depois de o governo venezuelano ter ordenado a suspensão das suas atividades.

De acordo com Hurtado, o gabinete chefiado pelo alto comissário Volker Türk tem um mandato global para poder continuar a monitorar a situação dos direitos humanos na Venezuela, mesmo que não tenha presença física no país.

A porta-voz não deu mais detalhes sobre a saída dos funcionários, embora o próprio ditador venezuelano Nicolás Maduro tenha garantido nesta segunda (19) que a retirada tinha sido concluída no último sábado (17), quando foi cumprido o prazo de 72 horas dado aos funcionários do escritório para deixarem o país.

Maduro declarou, em seu programa semanal de televisão, que o gabinete da ONU “se transformou em um escritório de espionagem interna, de conspiração interna (…), no escritório de advocacia de terroristas, conspiradores, golpistas e magnicidas da Venezuela”.

– Até que esse escritório respeite a letra das Nações Unidas, a independência e a soberania da Venezuela e não se retifique e peça desculpas publicamente, não retornará ao país. Esperemos que se retifiquem – disse Maduro.

A antecessora de Türk à frente do Escritório de Direitos Humanos da ONU, a chilena Michelle Bachelet, assinou um acordo em 2019 com o governo da Venezuela para melhorar a cooperação em direitos humanos, o que permitiu a presença contínua no país de oficiais de direitos humanos da ONU.

A suspensão foi anunciada um dia depois de o relator especial da ONU sobre o direito à alimentação, Michael Fakhri, ter afirmado que o governo venezuelano o impediu de visitar centros de detenção e que as autoridades mudaram constantemente sua agenda durante sua visita de duas semanas ao país.

*EFE

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