O governador do Texas, Greg Abbott, do Partido Republicano, desafiou a Suprema Corte dos Estados Unidos ao ordenar que a Guarda Nacional do estado mantenha o arame farpado que colocou na fronteira com o México para impedir a entrada de imigrantes ilegais.

– O Texas tem o direito constitucional de se defender – argumentou Abbott, na última quinta-feira (25) em uma entrevista à rede de televisão Fox News.

Na ocasião o governador também acusou o presidente do país, Joe Biden, de ter “abdicado de sua responsabilidade” de proteger a fronteira.

Por esse motivo, o político republicano defendeu a instalação de mais “barreiras” para impedir a entrada de imigrantes ilegais, que ele considera “criminosos”.

Na última semana, a Suprema Corte concordou com o governo federal em permitir a remoção do arame farpado que as autoridades texanas colocaram em um trecho da fronteira em Eagle Pass para deter os migrantes que tentavam entrar nos EUA de forma clandestina.

O governo Biden alega que a barreira de arame farpado impede que os agentes federais da Patrulha de Fronteira acessem a área e realizem suas tarefas.

Em resposta à decisão da Suprema Corte, Abbott declarou na última quarta (24) a existência de uma “invasão” no Texas. O que, segundo ele, dá ao seu governo “a autoridade constitucional para defender” o estado.

Em um comunicado, o governador garantiu que a Guarda Nacional do Texas e a polícia estadual agirão “sob essa autoridade” para “proteger a fronteira do Texas” e, de acordo com a imprensa local, o trabalho continua na instalação de mais arame farpado.

A Guarda Nacional do Texas vem patrulhando a fronteira há algum tempo, o que tem causado atrito com as autoridades federais.

No último dia 12, as tensões chegaram ao auge quando agentes federais acusaram as autoridades texanas de tê-los impedido de acessar a área para resgatar uma família de três migrantes que se afogaram no rio Bravo.

Além do arame farpado e do destacamento da Guarda Nacional, Abbott enviou dezenas de ônibus lotados de migrantes para Washington e várias outras cidades administradas por políticos do Partido Democrata – de Biden – como parte de seu confronto com as políticas do presidente e dessa legenda.

Ele também instalou uma polêmica barreira de boias em um trecho do Rio Grande e aprovou uma lei para criminalizar os migrantes que cruzam a fronteira de forma irregular, ambas as medidas fortemente criticadas pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.

*EFE