A tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, completa cinco anos nesta quinta-feira (25). Mas apesar da busca incessante dos bombeiros pelas vítimas do rompimento da barragem da Vale desde o dia 25 de janeiro de 2019, três vítimas do ocorrido seguem desaparecidas até hoje: Nathália de Oliveira Porto Araújo, Tiago Tadeu Mendes da Silva e Maria de Lurdes da Costa Bueno. Ao todo, 267 mortos foram identificados.

O tenente Henrique Barcellos, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, relatou ao portal G1 que as estratégias da corporação foram se adaptando ao longo do tempo. Logo que o fato aconteceu, as buscas se concentravam em encontrar pessoas com vida. No entanto, quando essa esperança findou, os militares tiveram de se adaptar.

Desde agosto de 2022, os bombeiros estão na oitava estratégia de buscas, que consiste em separar um material de interesse de outro que não pode ser vistoriado. Depois disso, o conteúdo é levado a uma análise pericial. Cinco estações de busca na mancha de inundação processam o que é recolhido pelas máquinas. Esteiras separam os fragmentos maiores e os mais finos.

Com a implementação do método, 20 fragmentos humanos foram encontrados em um período de um ano e meio — o mais recente deles em dezembro de 2023. A última identificação de vítima, por sua vez, ocorreu em dezembro de 2022. Sobre a continuidade das buscas, o tenente Barcellos diz que ela dependerá da viabilidade técnica da perícia, mas ressalta a motivação dos militares.

– A gente percebe que a motivação se renova ao longo desses cinco anos, porque, desde o início da carreira, nós somos formados para cumprir a missão, né? Desde as tarefas mais simples, na época da formação, em cursos, até as tarefas e emergências mais complexas durante atendimentos. A gente sabe que cada militar que passa por aqui tem esse propósito individual – completou.

Por: Paulo Moura

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