Presidente do Equador visita canal de TV que sofreu ataque

Daniel Noboa foi até Guayaquil

Daniel Noboa Foto: EFE/ Carlos Durán Araújo

Nesta sexta-feira (12), o presidente do Equador, Daniel Noboa, foi à cidade de Guayaquil para visitar as instalações do canal TC Televisión, que na última terça-feira (9), foi atacado por um grupo fortemente armado durante uma transmissão ao vivo e tomou como reféns os funcionários.

Após o ataque armado, a emissora ficou fora do ar por cerca de um dia. O incidente fez parte de um dia de terror atribuído a grupos do crime organizado, que incluiu atentados a bomba, sequestros e assassinatos de policiais e rebeliões em prisões, com quase 180 funcionários mantidos como reféns.A situação levou Noboa a declarar um conflito armado interno em todo o país, uma medida com a qual ele classificou as máfias do crime organizado como grupos terroristas, agora convertidos em “objetivos militares a serem neutralizados” em um clima de tensão e militarização de vários setores das cidades do país.

O presidente, que assumiu o poder em novembro do ano passado, cumprimentou a equipe da emissora e os trabalhadores da redação antes de passar pelos estúdios onde os invasores armados e encapuzados adentraram.

Noboa observou os buracos de bala deixados nas portas e paredes quando os homens armados tentaram invadir e tomar as instalações da estação de televisão, localizada em uma área movimentada da cidade portuária de Guayaquil.

Ele também pôde conversar com alguns dos jornalistas e membros da equipe técnica que estavam presentes naquele momento, um momento que ficou marcado para esta redação.

O ataque terminou sem vítimas fatais, após uma tensa negociação de várias horas com as forças de ordem, até que os agressores finalmente se renderam às autoridades, que prenderam 13 deles, incluindo um homem de nacionalidade venezuelana e dois menores de 15 e 17 anos.

Os onze adultos foram mantidos sob custódia, acusados pelo Ministério Público de terrorismo, assim como os dois menores, que ficaram reclusos em um centro de detenção para menores.

O ataque armado às instalações da TC Televisión foi o episódio mais midiático e traumático da escalada de violência desta semana no Equador, atribuída a grupos do crime organizado, principalmente envolvidos com o tráfico de drogas.

Os eventos ocorreram enquanto o governo do presidente Daniel Noboa se preparava para implementar seu plano para recuperar o controle das prisões do Equador, muitas das quais são dominadas internamente por esses grupos criminosos, cujas rivalidades deixaram mais de 450 detentos assassinados desde 2020 em uma série de massacres em prisões.

Essa violência também se espalhou pelas ruas, tornando o Equador um dos países mais violentos do mundo, com 45 homicídios intencionais por 100 mil habitantes em 2023. Após os episódios desta semana, o governo declarou a situação como conflito armado interno e classificou essas gangues como grupos terroristas e alvos militares.

*EFE

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