Ataques em meio a crise no Equador deixam oito mortos.

Violência foi registrada em diversos pontos da cidade litorânea de Guayaquil.

Polícia atua em emissora invadida por criminosos no Equador Foto: EFE/Mauricio Torres

Ao menos oito pessoas morreram e outras duas ficaram feridas em uma série de ataques armados ocorridos nesta terça-feira (9) em diversos pontos da cidade litorânea de Guayaquil, no Equador, que vive uma grave crise de violência.

O anúncio dos números foi feito pelo prefeito Aquiles Alvarez horas depois de um grupo fortemente armado ter ocupado as instalações da emissora de televisão TC e mantido funcionários como reféns. A polícia conseguiu recuperar o controle das instalações e prendeu 13 pessoas.

No norte da cidade, um grupo de bandidos atirou em veículos que passavam perto, matando cinco pessoas e ferindo um estudante em uma escola local. Na mesma região, outros homens armados invadiram uma loja de peças de reposição e mataram três pessoas.

– Isso deve ser considerado um ato de terrorismo – disse o general Victor Herrera, comandante da polícia metropolitana de Guayaquil, que afirmou que os agressores pertenciam ao grupo do crime organizado “Los Tiguerones”, uma gangue envolvida com tráfico de drogas, extorsão, assassinatos por encomenda e tráfico de armas.

O Ministério Público informou que processará os detidos pelo crime de terrorismo. Em poucas horas, as ruas de Guayaquil estavam quase desertas, com um toque de recolher autoimposto, e lojas, universidades, terminal de ônibus e centros de recreação ficaram fechados. O sistema de transporte Metrovía suspendeu as operações, e o aeroporto internacional anunciou que apenas viajantes poderiam entrar.

– Pedimos aos cidadãos que mantenham a calma e permaneçam em suas casas – disse Alberto Molina, governador da província de Guayas, cuja capital é Guayaquil, em um comunicado.

Os serviços de segurança municipal receberam 1.932 chamadas de alerta, 650 das quais eram emergências reais, incluindo a incursão de indivíduos armados em cinco hospitais da cidade, embora a intervenção da Polícia Nacional e das Forças Armadas tenha colocado a situação sob controle.

Também houve relatos de incêndios em veículos e um policial ferido por tiros. Além dos presos pela apreensão da estação de televisão, outras 14 pessoas foram presas durante a tarde. O pânico que Guayaquil viveu durante esse dia desencadeou todos os tipos de rumores, a ponto de as autoridades locais serem forçadas a negar que a água potável da cidade tivesse sido envenenada.

ATAQUE A EMISSORA
Os ataques armados ocorreram depois que um grupo de homens encapuzados e fortemente armados invadiu os estúdios da emissora pública TC, no norte da cidade, às 14h15 (16h15 de Brasília) e fez reféns jornalistas, técnicos e funcionários administrativos. Os homens encapuzados invadiram o estúdio enquanto um noticiário estava sendo transmitido ao vivo e fizeram vários disparos para intimidar os profissionais.

Os criminosos exigiram que os jornalistas enviassem um vídeo ao presidente do Equador, Daniel Noboa, pedindo que ele não autorizasse a polícia a entrar nas instalações da emissora.

Agentes de unidades especiais entraram no local, libertaram todos os reféns e prenderam 13 bandidos. Vários deles tinham armas de grosso calibre. Um dispositivo explosivo, duas granadas e dois veículos também foram apreendidos. Os detidos foram levados para a sede do Ministério Público local sob forte vigilância policial. Os agentes isolaram as ruas ao redor para evitar um possível ataque.

Além de fechar várias ruas e avenidas, os policiais foram a hospitais e veículos de comunicação para garantir a segurança dos trabalhadores. Devido a essa circunstância e à ausência de transporte público, centenas de pessoas tiveram que voltar para casa a pé ou pedir ajuda aos poucos veículos que ainda circulavam pela cidade.

*EFE

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