Temporal na Europa causa morte, inundações e cortes de energia

Bélgica, França, Reino Unido, Holanda e Alemanha, entre outros, registraram problemas.

Arques, França Foto: EFE/EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

O primeiro temporal do ano na Europa deixou uma pessoa morta na região belga de Flandres Oriental e fortes chuvas e inundações em várias partes de Bélgica, França, Reino Unido, Holanda e Alemanha, entre outros países, com dezenas de pessoas saindo de suas casas. Foram registrados danos materiais e cortes de energia em milhares de residências.

As fortes chuvas e a tempestade que assola a Bélgica desde a noite desta terça-feira (2) provocaram, nesta quarta (3), inundações em várias zonas do país e a morte de uma mulher de 59 anos. Ela foi atingida por uma cerca arrastada pelo vento.Em Flandres, as inundações afetaram casas e obrigaram as autoridades a ativar o plano de alerta, embora não estejam previstas para logo grandes evacuações, mesmo com 18 pessoas sendo levadas de um camping para um centro esportivo na província de Namur, segundo a imprensa belga.

Vários rios e seus afluentes poderão transbordar nas próximas horas na Valônia. A Prefeitura de Gante, também na Bélgica, decidiu adotar medidas diante do “risco especial de inundações” que poderá atingir esta tarde a periferia da cidade, segundo o prefeito, Mathias De Clercq.

O Real Instituto Meteorológico da Bélgica espera que a tempestade dure até esta quinta-feira (4).

Dezenas de casas tiveram que ser evacuadas em várias cidades francesas perto do porto de Calais, junto à fronteira com a Bélgica, devido às inundações causadas pela subida das águas de vários rios, e em particular do Aa, que não deverá baixar pelo menos até o fim de semana.

Na manhã desta quarta, as evacuações continuaram em Arques, onde o transbordamento do rio Aa cobriu o centro com cerca de um metro de água, segundo os bombeiros citados pelo jornal La Voix du Nord.

Também existem outros sete rios de Pas de Calais e do departamento vizinho do norte sob alerta laranja: Liane, Hem, Lys amont-Laquette, Lawe-Clarence, Lys, Helpe e Canche. As inundações nesta zona estão atingindo a dimensão das que afetaram aquela mesma região em novembro do ano passado, e a maior parte dos danos ainda não puderam ser reparados desde então devido à presença contínua de água.

Desde o último sábado (30), foram mobilizados 450 bombeiros de Pas de Calais, aos quais se prevê que nesta quarta se juntem mais 120 de outros departamentos, seguindo as instruções do ministro do Interior, Gérald Darmanin, que postou a informação na sua conta na rede social X.

Os serviços meteorológicos preveem para esta quarta um aumento das chuvas em todo o departamento. Na noite de terça caíram ali entre sete e 15 litros por metro quadrado, segundo a Méteo France, que advertiu que para esta quarta são esperados cerca de 20 e 40 litros, embora localmente possa chegar aos 50.

Mais de 300 alertas de inundações em Inglaterra e País de Gales, cortes de energia em milhares de casas e interrupções nos transportes são os efeitos da tempestade Henk, que atinge, nesta quarta-feira, o Reino Unido.

A primeira tempestade do ano, com vendavais até 150 quilômetros na Ilha de Wight, no sul da Inglaterra, já provocou nesta terça incidentes sem vítimas e alterações no serviço ferroviário, algumas das quais continuam fechadas ou apresentam atrasos nesta quarta.

Algumas das principais estradas da Inglaterra foram fechadas devido a inundações, incluindo a autoestrada A52 entre a cidade de Nottingham e a cidade de Edwalton, segundo as autoridades.

A Energy Network Association, que recolhe dados de todos os fornecedores, estimou que ao menos 10 mil clientes permanecem sem energia, depois de cerca de 125 mil terem o serviço restabelecido.

Henk é a primeira tempestade do ano no Reino Unido e a oitava nomeada nos últimos três meses, e está prevista para terminar no final desta semana, quando o serviço meteorológico Met Office prevê a chegada de um tempo mais frio.

Na Holanda, a passagem de Henk causou numerosos danos e problemas em várias partes do país, onde provocou quedas de árvores, bloqueou estradas, destruiu fachadas e causou a morte de um homem de 75 anos, que caiu de bicicleta devido a fortes rajadas de vento.

Além disso, um incêndio em uma granja matou cerca de 50 mil galinhas e os bombeiros levaram várias horas para apagar as chamas. O incêndio começou depois da meia-noite, mas os fortes ventos da tempestade dificultaram as tarefas de extinção.

O norte da Alemanha também segue lutando contra os elevados níveis de seus rios, que já provocaram inundações no final do ano passado devido às chuvas constantes e que obrigaram alguns distritos a pedir ajuda ao Exército federal.

As regiões mais afetadas continuam sendo a Baixa Saxônia, o sul da Saxônia-Anhalt e o norte da Turíngia, bem como partes de Renânia do Norte-Vestfália, e de acordo com as previsões meteorológicas, poderão cair até esta quinta até 80 litros de chuva por metro quadrado.

O distrito de Mansfeld-Südharz, especialmente afetado pelas inundações e onde está vigente desde o último sábado a declaração de calamidade, pediu ajuda ao Bundeswehr (Exército Alemão) e suspendeu as aulas em algumas escolas, segundo a emissora de rádio e televisão da região MDR.

*EFE

Deixe uma resposta