Barroso: “Decisões monocráticas são a realidade do STF”.

Presidente da Corte defende que é “inviável” que plenário analise todas as decisões.

Ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse, nesta terça-feira (19), que é “inviável” que todas as decisões monocráticas sejam analisadas pelo plenário da Corte e que as decisões proferidas por um único ministro são “imperativo da realidade do tribunal”.

Ele citou dados sobre a quantidade de processos em tramitação na Corte e disse que só em 2023 o Supremo recebeu 78.242 processos, “o que certamente é um recorde mundial”.

– O padrão desejado é que todas as cautelares relevantes sejam analisadas no plenário, mas é preciso que se tenha consciência da impossibilidade. Seria simplesmente inviável que todas as decisões monocráticas viessem ao plenário, de modo que as decisões monocráticas são um imperativo da realidade do tribunal – disse Barroso, em discurso, na última sessão do STF do ano.

Barroso ainda afirmou que a Corte tem hoje 24 mil processos em tramitação e proferiu 101 mil decisões em 2023 (84 mil monocráticas e 17 mil colegiadas).

– Tivemos um aumento de cerca de 10% da demanda no Supremo, substancialmente motivada pelas ações penais do 8 de janeiro – disse Barroso.

O ministro também enalteceu a volta dos julgamentos das ações penais para as turmas como uma “mudança muito importante aprovada pela maioria” do tribunal.

Barroso citou ainda um aumento das reclamações constitucionais (classe de ações que pede a preservação da jurisprudência do Supremo), que passaram de 6.242 em 2022 para 7.081 em 2023. A maior parte dessas ações questiona decisões de tribunais trabalhistas.

*AE

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